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Brasil

Livro mostra cenários esquecidos de SP

Por Agência Estado

11 de novembro de 2019, às 08h02 • Última atualização em 11 de novembro de 2019, às 08h54

Explorar histórias esquecidas de monumentos, edifícios e praças de São Paulo é o que norteia o novo livro Guia dos Lugares Difíceis de São Paulo, lançado no último sábado, 9.

Não se trata de um típico guia turístico da cidade. Organizado pelo arquiteto e urbanista Renato Cymbalista, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), o volume percorre 143 pontos da capital e Grande SP para que o leitor conheça a história controversa deles, e não necessariamente apenas o que é monumental, antigo ou bonito. “Partimos do que é tenso, disputado ou que foi invisibilizado”, explica ele.

É o caso, por exemplo, do Pátio do Colégio, considerado o marco de fundação de São Paulo. A cerca de 200 metros dali fica a antiga sede da Associação Auxiliadora das Classes Laboriosas (AACL), concluída em 1909 para abrigar atividades da entidade de trabalhadores.

Fechado na ditadura militar, o prédio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), em 1995, mas há dez anos um incêndio destruiu a estrutura e até hoje continua em ruínas.

A ficha inicial do projeto, usada como modelo entre os alunos, relembra os prédios do Destacamento de Operações e Informações e do Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi), instituições ligadas à repressão do Estado no período da ditadura militar.

Para o professor, a questão principal não é pensar que São Paulo apaga a sua memória, mas que deve haver um esforço maior em lembrar dessas passagens históricas.

“Isso nos ajuda a problematizar desafios que são permanentes na sociedade – gênero, raça, diversidade, ditadura e tortura. Como olhar para frente e não aumentar o que não queremos mais”, afirma Cymbalista.

Além do conhecimento, há outras medidas para manter tais lembranças vivas. Uma possibilidade, para ele, é ocupar os espaços com usos que mobilizam a história, como a Casa do Povo, no Bom Retiro, que surgiu no período entre guerras mundiais para sediar oficinas artísticas e eventos culturais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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