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Brasil

Laudos apontam traumas compatíveis com pisoteamento em Paraisópolis, diz polícia

A forma como as mortes aconteceram no baile funk é fator-chave para entender a responsabilidade dos policiais que atuavam em uma operação no local

Por Agência Estado

13 de dezembro de 2019, às 22h31 • Última atualização em 14 de dezembro de 2019, às 08h57

Foto: Wikimedia Commons / Divulgação
Testemunhas contestam a versão dos policiais, alegando que eles já chegaram na festa de forma truculenta

Os laudos com a análise sobre a causa das mortes de nove jovens em Paraisópolis há duas semanas apontaram traumas compatíveis com pisoteamento. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, os documentos foram recebidos pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, e anexados ao inquérito que investiga o caso.

O teor dos laudos não foi detalhado pela pasta. Em entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira, 13, o governador de São Paulo, João Doria e o secretário da Segurança, general João Camilo Pires de Campos, não comentaram a conclusão da análise conduzida pelo Instituto Médico Legal (IML). A forma como as mortes aconteceram no baile funk é fator-chave para entender a responsabilidade dos policiais militares que atuavam em uma operação no local.

Segundo a secretaria, até o momento cerca de 40 oitivas já foram anexadas ao inquérito e a equipe analisa imagens, áudios e outras informações da investigação. “A Corregedoria da Polícia Militar também apura todas as circunstâncias relativas à ocorrência em um IPM (inquérito policial militar)”, informou.

Os policiais dizem que a confusão no local começou após ocupantes de uma moto terem disparado contra os agentes e se protegido em meio à multidão que participava da festa. A perseguição e os tiros dos criminosos teriam assustado os frequentadores do baile.

Testemunhas contestam a versão dos policiais, alegando que eles já chegaram na festa de forma truculenta. Os agentes teriam dificultado a dispersão ao fechar as duas saídas da rua onde ocorria a festa, levando as pessoas a se amontoarem em vielas. As mortes aconteceram em dois desses becos.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, uma testemunha afirmou que os policiais jogaram bombas nessas vielas, enquanto pessoas gritavam e desmaiavam. Essa jovem ficou com um ferimento no rosto após ter sido atingida por uma garrafa lançada, segundo ela, por um policial.

O governo afastou 31 policiais militares do serviço operacional das ruas enquanto a investigação é realizada. Eles deverão permanecer realizando atividades administrativas nesse período. O afastamento foi um pedido dos parentes das vítimas ao governador João Doria. Elas temiam que os agentes prejudicassem as investigações ou incorressem em casos similares. O governo diz que os policiais estão “preservados” e a medida não representa uma punição a eles.

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