03 de outubro de 2024 Atualizado 00:11

Notícias em Americana e região

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Queimadas

Justiça manda bloquear R$ 3 milhões e prender suspeito de causar incêndios em SP

Investigado teria causado incêndios na região de Franca e, até esta segunda, era considerado foragido da Justiça

Por Agência Estado

30 de setembro de 2024, às 18h30 • Última atualização em 30 de setembro de 2024, às 19h14

A Justiça de São Paulo determinou a prisão preventiva de um homem suspeito de provocar incêndios recorrentes durante o período de seca, na região de Franca, interior de São Paulo. A decisão determinou ainda o bloqueio de R$ 3 milhões do suspeito para o pagamento de eventuais indenizações dos prejuízos causados pelas queimadas. A sentença, publicada na sexta-feira, 27, é de primeira instância e cabe recurso.

Até a tarde desta segunda-feira, 30, o investigado não tinha se apresentado à Justiça e era considerado foragido. Ele também não tinha constituído um advogado para sua defesa.

Outros três suspeitos de terem participado das mesmas ações estão sendo investigados. Como ao menos um deles é menor de idade, segundo a polícia, o juízo da Comarca de Patrocínio Paulista, onde corre a ação, determinou a tramitação do processo em segredo de justiça.

A prisão foi pedida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo devido à “gravidade dos atos, que ocorrem de forma sistemática e em intervalos curtos, comprometendo a segurança e a saúde pública”. Segundo nota divulgada pelo MP, “apesar de ser considerado tecnicamente primário, o investigado possui um histórico de crimes graves, incluindo associação criminosa para roubo de máquinário”.

Na decisão que determinou a prisão, o juiz afirmou que outras medidas seriam insuficientes para impedir novos delitos e garantir a ordem pública, dada a natureza dos crimes e suas consequências. Conforme o MP, o magistrado ressaltou que os incêndios, além de serem ilegais, ocorrem em um contexto de calamidade, amplificando os riscos para a população.

Segundo a promotoria, no mês de setembro, o investigado se juntou a três homens que ainda estão sendo investigados e se dividiram em dois grupos para causar incêndios em áreas rurais de Patrocínio Paulista e Itirapuã. Em uma das ações, o homem que já teve a prisão decretada chegou de carro em uma fazenda e usou líquido inflamável e um isqueiro para iniciar uma queimada que atingiu grandes proporções.

Além de destruir 9 hectares de uma área de preservação ambiental, o fogo avançou nas pastagens. Ainda segundo a denúncia, o homem seguiu ateando fogo a propriedades vizinhas, causando um prejuízo de R$ 1,2 milhões em lavouras de café e cana-de-açúcar, além de matas preservadas.

Outro caso

Nesta segunda-feira, 30, o Ministério Público estadual, através da promotoria de justiça de São Carlos, pediu à Justiça que condene ao pagamento de uma indenização total de R$ 12,7 milhões um homem acusado de atear fogo em uma área de mata na região. O suspeito foi preso em flagrante no último dia 10. O incêndio atingiu uma área de mata, uma plantação de cana-de-açúcar e um aterro sanitário.

Além da condenação do investigado por crime de incêndio, o MP pede que a justiça condene o acusado a pagar R$ 2,7 milhões indenização aos donos da propriedade onde o fogo começou, R$ 357 mil à empresa que administra o aterro e R$ 9,7 milhões por danos morais coletivos à população de São Carlos.

De acordo com o promotor Flávio Okamoto, o fogo iniciado pelo homem se alastrou rapidamente e destruiu mais de mil hectares, entre plantações, florestas e a reserva de área verde do aterro. “O incêndio de grandes proporções, que perdurou por dia, expôs ao perigo a integridade física e a vida de diversos funcionários que trabalham e residem nessas propriedades rurais”, disse. Ele descreve na denúncia que as famílias de uma colônia ficaram encurraladas pelas chamas, que destruíram construções, veículos e implementos agrícolas.

O pedido do MPSP ainda está em julgamento. O investigado não teve o nome divulgado pelo Ministério Público, o que impediu que a reportagem tivesse contato com sua defesa.

Cidades em emergência

Desde agosto, grandes incêndios assolam o interior paulista, causando prejuízos econômicos, poluição do ar e até mortes. Conforme a Defesa Civil Estadual, até a última sexta-feira, 68 municípios paulistas estavam em situação de emergência devido à seca, sendo que a grande maioria – 58 – decretaram emergência em decorrência dos incêndios florestais. Do total, 23 municípios estão localizados na região norte do Estado, onde se localizam os municípios de São Carlos e Franca.

Na manhã desta segunda-feira, 30, o governo de São Paulo mobilizava aviões no combate a um incêndio que atingia uma grande área da Estação Ecológica Jataí, maior reserva de cerrado do Estado, em Luiz Antônio, na mesma região. Segundo a Defesa Civil, cinco aviões e dois helicópteros faziam o combate às chamas, inclusive com o uso de um produto capaz de extinguir o fogo cinco vezes mais rápido do que a água.

Publicidade