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Cotidiano

Guedes diz esperar que SP pague pela vacina sem socorro do governo federal

Na semana passada, o presidente revogou acordo feito pelo Ministério da Saúde para a compra de 46 milhões de doses da Coronavac

Por Agência Estado

29 de outubro de 2020, às 13h54 • Última atualização em 30 de outubro de 2020, às 19h17

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, 29, que espera que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pague pela vacina sem precisar de socorro do governo federal. Mais cedo, Guedes afirmou que o panorama atual não indica uma segunda onda de contágio de covid-19 no Brasil, mas garantiu que o governo terá os instrumentos necessários para enfrentar a doença, caso ela se estenda por mais um dois anos.

“Já mandamos bastante dinheiro para São Paulo gastar com a Saúde, tomara que São Paulo encomende, pague sua vacina e vacine sua população”, disse Guedes, em audiência pública na Comissão Mista do Congresso Nacional para o acompanhamento de medidas contra a covid-19.

O presidente Jair Bolsonaro e Doria divergem publicamente sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19. Enquanto o presidente, que é candidato à reeleição em 2022, diz que o governo federal não obrigará a imunização, o governador de São Paulo, principal adversário de Bolsonaro, já afirmou que a vacina será obrigatória para os paulistas.

Na semana passada, o presidente revogou acordo feito pelo Ministério da Saúde para a compra de 46 milhões de doses da Coronavac, vacina da farmacêutica chinesa Sinovac que será produzida pelo Instituto Butantan.

“Há iniciativas de diversos governos estaduais com vacina russa, chinesa, americana, do Reino Unido. A orientação de qual é a melhor vacina é do Ministério da Saúde. Agora, não pode um governador querer vender vacina para governo federal antes de aprovação pela Anvisa”, disse Guedes. “Eu sou liberal, e acredito que a vacina é uma decisão voluntária de cada um. Se o sujeito preferir ficar trancado em casa seis anos sem trabalhar, sem ter contato com ninguém e sem tomar a vacina, problema dele. Se ele quiser sair e tomar três vacinas, ele pode. Tem que conversar com o médico dele”, afirmou.

O Governo do Estado de São Paulo se manifestou em nota:

A Secretaria de Estado da Saúde esclarece que o Governo Federal ainda não disponibilizou nenhum recurso ao Instituto Butantan para o financiamento da Coronavac, seja para os testes clínicos, nova fábrica ou a compra das doses do imunizante. Em uma das tratativas com o Ministério da Saúde, a pasta federal sinalizou a destinação de R$ 80 milhões para contribuir com os custos das adequações, porém o recurso ainda não foi disponibilizado.

O Instituto Butantan tem como objetivo disponibilizar aos brasileiros uma vacina comprovadamente segura e eficaz, após a conclusão de todos os estudos clínicos e as devidas aprovações nos órgãos regulatórios, como a Anvisa. Espera assim, que Ministério da Saúde honre o compromisso assumido publicamente no último dia 20 com 24 Estados, adquira a Coronavac, e garanta uma vacinação gratuita para proteger a população.

Com relação as demais medidas de combate à pandemia, importante ressaltar que apesar de São Paulo ser o epicentro de casos no país, nenhum paciente ficou sem atendimento. Foram implantados em tempo adequado no SUS de SP 5.067 novos leitos de terapia intensiva e distribuídos 3,9 mil respiradores para ativação de leitos em hospitais estaduais, municipais e filantrópicos.

No entanto, com oito meses de pandemia, destes mais de cinco mil leitos, ainda restam ser habilitados e custeados pela pasta federal 1.895, onerando integralmente assim municípios e o Estado. O total repassado pelo Ministério da Saúde no período, incluindo o custeio de leitos e serviços, convênios, insumos para compra de testes e EPIs durante toda a pandemia, foi de R$ 2,7 bilhões. Importante ressaltar que o Sistema Único de Saúde é tripartite, cabendo o financiamento a municípios, estados e ao Governo Federal.

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