28 de março de 2024 Atualizado 09:50

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Covid-19

Governo paulista errou na retomada, diz especialista

Professor da Faculdade de Medicina da USP afirma que a pressão “foi grande” para abrir comércio no interior, mas já havia indicativos de aumento no número de casos

Por Agência Estado

11 de junho de 2020, às 08h10 • Última atualização em 11 de junho de 2020, às 11h26

Para Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), o governo paulista errou no processo de retomada econômica. Na opinião do especialista, a abertura no interior do Estado ocorreu antes do que deveria.

“Já existia indicação de aumento de casos em cidades como Campinas, Ribeirão Preto e Presidente Prudente. Mas a pressão foi grande para abrir. Não havia nenhum indicador mostrando que era hora de abrir, ao contrário.”

Ainda segundo Lotufo, diferenciar as zonas de flexibilização entre a capital e a Grande São Paulo foi outra falha, por se tratar da mesma mancha urbana. “Em locais como a (Rua) 25 de Março (no centro paulistano), por exemplo, as pessoas estão correndo risco.”

Para o professor Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto, o Estado não está seguindo os parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS) para iniciar o afrouxamento da quarentena. As diretrizes determinam que o número de casos e mortes por covid-19 diminua de modo sustentável por, no mínimo, duas semanas. “Uma reabertura mais segura tem de seguir as evidências coletadas no mundo inteiro. Itália e Alemanha fizeram isso. Não há nenhum país que trabalhou com quarentena e relaxamento de mobilidade simultaneamente.”

Ele alerta que, com o comércio aberto na capital, o transporte público será grande foco de transmissão. “Não se pode garantir controle de transmissão com gente dentro do ônibus.”

A Prefeitura de São Paulo tem enfrentado dificuldades nos últimos dias para garantir que só circulem ônibus com passageiros sentados, para evitar aglomerações.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Publicidade