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Cotidiano

Fundo da Noruega exclui Vale e Eletrobras de sua carteira por questões ambientais

Por Agência Estado

13 de maio de 2020, às 13h57 • Última atualização em 13 de maio de 2020, às 14h28

O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, com US$ 1 trilhão em ativos, decidiu excluir a Vale e a Eletrobras de sua carteira de investimentos. A decisão do conselho executivo do Norges Bank, o banco central norueguês, gestor do fundo, levou em conta o risco de que as companhias contribuam para danos ambientais e violações aos direitos humanos.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, 13, o Norges Bank justifica a exclusão da Eletrobras por um “risco inaceitável” da companhia do setor elétrico contribuir para sérias e sistemáticas violações de direitos humanos. O comunicado menciona especificamente problemas no desenvolvimento da usina de Belo Monte.

Já a exclusão da Vale foi recomendada pelo conselho de ética do fundo, em função dos repetidos rompimentos de barragens da mineradora no Brasil. O desastre com a barragem I, em Brumadinho, Minas, em janeiro de 2019, deixou 270 mortos. A tragédia ocorreu pouco mais de três anos após a ruptura da barragem da Samarco, empresa em que a Vale é sócia da BHP Billiton.

A mineradora brasileira já enfrentou a reação de outros investidores pelo mesmo motivo. O britânico Church of England se desfez das ações da mineradora após Brumadinho, o megafundo de pensão californiano Calpers, com portfólio de US$ 402 bilhões, vendeu todos os bonds (títulos de dívida) da companhia e a gestora holandesa Robeco pôs a Vale em uma lista de empresas com restrições de investimento.

Além das brasileiras, outras dez companhias também foram excluídas do portfólio do fundo. A lista inclui outras gigantes do setor de commodities como Glencore e Anglo American, além das empresas de energia Cenovus Energy , Suncor Energy e Imperial Oil, limadas por gerarem emissões de gases em nível elevado.

O anúncio do Norske Bank ocorre no mesmo dia em que a Vale comunicou ao mercado que planeja investir US$ 2 bilhões em projetos de energia renovável para reduzir em 33% as emissões, diretas e indiretas, de CO² até 2030. A mineradora espera se tornar uma empresa zero emissões líquidas até 2050.

Procurada, a Vale não quis comentar. Já a Eletrobras informou que seu departamento Financeiro já está preparando uma resposta sobre o tema.

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