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Cotidiano

Falta de recursos paralisa ações de proteção ambiental

Deveriam estar em andamento, em todas as florestas protegidas do País, as práticas preventivas para evitar incêndios de grande proporção

Por Agência Estado

17 de abril de 2021, às 13h40 • Última atualização em 17 de abril de 2021, às 15h24

A escassez de recursos destinados pelo governo de Jair Bolsonaro a órgãos federais de proteção ao meio ambiente ameaça alguns dos principais ícones históricos e de beleza natural do Brasil. Neste mês de abril, deveriam estar em andamento, em todas as florestas protegidas do País, as práticas preventivas para evitar incêndios de grande proporção.

Trata-se dos “aceiros”, medida em que o agente ambiental usa o fogo de forma controlada para impedir que ele avance sobre a floresta. O Estadão apurou, no entanto, que a falta de verbas tem comprometido a execução dessa tarefa básica de proteção.

Há dezenas de unidades de conservação onde essas ações estão atrasadas. É o caso do Parque Nacional Grande Sertão Veredas, entre Minas Gerais e Bahia. O Parque da Chapada dos Guimarães, no Pantanal mato-grossense, também está com o calendário em atraso. A falta de ações preventivas é preocupante ainda nos Campos Amazônicos (AM), onde ocorrem queimadas recordes, e no Parque da Serra da Canastra, onde estão as nascentes do Rio São Francisco, no sudoeste de Minas.

A execução dos aceiros depende de recursos para contratar equipes de brigadistas que, muitas vezes, incluem apoio de terceirizados. É preciso dinheiro para bancar a conta de carros, combustível, equipamentos, diárias e alimentação, entre outros itens. Nos Campos Amazônicos, o ICMBio chega a contratar o serviço temporário de indígenas nas medidas preventivas e de controle de chamas.

A reportagem questionou o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) várias vezes sobre esses atrasos. O órgão declarou apenas que “não haverá interrupção”. O Estadão também procurou, sem sucesso, o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente. Conforme informou anteontem o jornal, o ICMBio está sem recursos para pagar contas básicas e ameaça fazer uma paralisação generalizada. O alerta foi feito pela própria diretoria, em ofício ao presidente do instituto, Fernando Cesar Lorencini.

Segundo o documento, a partir de maio será preciso fechar as brigadas de incêndio, “o que poderá acarretar em elevado dano ao meio ambiente”. Paralelamente ao esvaziamento do órgão, Ricardo Salles tem apoiado a execução de seu programa “Adote um Parque”, que prevê repasses da iniciativa privada para ações de apoio às unidades. O governo também trabalha para dar um fim ao ICMBio como autarquia independente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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