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Covid-19

Estudo identifica que pescador na França tinha coronavírus no fim do ano passado

Análises de exames realizados ainda no fim do ano passado apontaram que em dezembro um pescador, que não fizera nenhuma viagem ao exterior em mais de um ano, estava com Covid-19

Por Agência Estado

06 de maio de 2020, às 21h24 • Última atualização em 06 de maio de 2020, às 21h50

Um estudo conduzido por uma equipe de médicos franceses pode alterar profundamente o que se sabe sobre a transmissão do novo coronavírus na Europa. Isso porque análises de exames realizados ainda no fim do ano passado apontaram que em dezembro um pescador – que não fizera nenhuma viagem ao exterior em mais de um ano – estava com Covid-19.

Oficialmente, autoridades francesas consideram que a doença foi diagnosticada no país pela primeira vez um mês depois. Na China, estima-se que o novo coronavírus começou a circular no fim do ano passado – o primeiro alerta sobre a doença foi recebido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 31 de dezembro.

“A identificação do primeiro paciente infectado é de grande interesse epidemiológico, pois altera drasticamente nosso conhecimento sobre a SARS-COV-2 e sua disseminação no país (França). Além disso, a ausência de um vínculo com a China e a falta de viagens recentes sugerem que a doença já estava se espalhando entre a população francesa no final de dezembro de 2019”, diz trecho de artigo publicado na plataforma ScienceDirect.

O estudo é liderado pelo médico francês Yves Cohen, que junto com outros profissionais revisou os exames de 14 entre 58 pacientes que foram internados em UTIs da França entre 2 de dezembro de 2019 e 16 de janeiro de 2020, com diagnóstico semelhante ao de terem contraído influenza. Os novos exames, contudo, apontaram que um paciente de 42 anos estava na verdade com o novo coronavírus.

A conclusão do estudo conduzido por Cohen fez com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) pedisse na terça-feira, 5, que outros países revisem exames de pacientes diagnosticados com pneumonia nos dois últimos meses de 2019.

O estudo de Cohen ressalta a importância da realização de novas análises. “Como esses resultados alteram nossa compreensão da dinâmica da epidemia, isso também significa que vários modelos usados para prever a evolução e os resultados da propagação do SARS-COV-2 podem ser baseados em dados tendenciosos e precisam ser ajustados ao perfil real da epidemia”, diz o artigo.

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