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Covid-19

Estudo identifica presença do novo coronavírus em órgãos de um feto

Pesquisas já haviam mostrado vestígios no cordão umbilical e na placenta, mas é a 1ª vez que é detectado em tecidos do feto

Por Agência Brasil

20 de agosto de 2021, às 19h45 • Última atualização em 20 de agosto de 2021, às 19h46

Um estudo brasileiro demonstrou, pela primeira vez, a presença do novo coronavírus (Covid-19) em diferentes órgãos de um feto, tais como coração, traqueia, rins, cérebro e fígado. Pesquisas anteriores já haviam demonstrado vestígios do vírus no cordão umbilical e na placenta, mas é a primeira vez que ele é detectado em tecidos do feto. Também foi a primeira vez que foi possível observar que o vírus provocou uma infecção pulmonar no feto de uma mãe que estava infectada com o vírus.

“Nós conseguimos, de maneira inédita, demonstrar a presença do vírus nos tecidos fetais, através de técnicas sofisticadas. Esse vírus, quando acomete uma grávida, passa para o feto e pode circular nos tecidos fetais e, nesse caso específico que publicamos [em revista científica], a covid-19 acabou levando ao óbito esse feto, o que é uma coisa rara”, disse Arnaldo Prata, médico pediatra e pesquisador do IDOR – Instituto D´Or de Pesquisa e Ensino, um dos responsáveis pelo estudo, em entrevista à Agência Brasil.

O caso foi observado no feto de uma mulher de 33 anos, que estava entre a 33ª e 34ª semana de gravidez e que, em outubro do ano passado, teve diagnóstico positivo para a covid-19. Ela não apresentou quadro grave da doença: teve apenas uma febre leve, dores no corpo e na cabeça.

Quando foi diagnosticada com a doença, ela foi orientada a permanecer em isolamento social por 14 dias e procurar um médico em caso de alterações no quadro e piora. Seus exames feitos no dia da confirmação do diagnóstico para a covid-19 não mostraram quaisquer alterações ou problemas na gravidez. Naquela época, ainda não havia muito conhecimento sobre como a covid-19 se comportava com as grávidas e nem vacina. A orientação que existia até então é que, apresentando casos leves, a grávida deveria se manter em isolamento e só voltar ao médico após 14 dias, desde que o caso não se agravasse. Mas esse estudo apresenta mudanças para essa diretriz.

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