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Covid-19

Em vídeo, cacique Raoni pede doações a indígenas para combater novo coronavírus

Por Agência Estado

26 de abril de 2020, às 21h40 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 10h58

O cacique Raoni Metuktire, figura emblemática da luta contra o desmatamento da Amazônia, lançou neste domingo, 26, um pedido internacional de doações para que os povos indígenas do Brasil possam sobreviver no isolamento durante a pandemia de coronavírus.

“Precisamos receber alimentos básicos, produtos de higiene, medicamentos e também combustível para poder transportá-los” até as comunidades, disse o líder Kayapó em um vídeo publicado pela ONG francesa Planète Amazone, que lançou a campanha.

O cacique pediu “apoio financeiro” para adquirir estes produtos. “Sem a sua ajuda, os povos indígenas do Brasil não serão capazes de lidar com esta terrível doença”, acrescentou em dialeto caiapó, segundo tradução ao francês divulgada pela ONG em sua página na internet.

A organização lançou a campanha “COVID-19: protegendo os Guardiães da Amazônia” para financiar suas operações de ajuda a comunidades e que estas possam garantir seu isolamento durante a pandemia.

“O respeito estrito ao isolamento é ainda mais vital, já que os nativos, devido à sua fragilidade imunológica e sua extrema precariedade em termos de acesso ao atendimento médico, são vítimas ideais para a covid-19”, destacou a ONG.

“Vou ficar confinado na minha aldeia até que a situação se estabilize”, acrescentou Raoni, que tem perto de 90 anos. Depois, o cacique prevê organizar uma viagem à França.

A ONG justificou a campanha “ante o abandono dos povos indígenas da Amazônia, por parte dos poderes públicos brasileiros” em plena crise sanitária.

Raoni tem criticado o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que pretende autorizar as atividades de mineração em territórios indígenas e se nega a demarcar mais territórios.

No Brasil, onde vivem 800.000 indígenas, pelo menos três nativos morreram de covid-19 e mais de 30 estão contagiados, razão pela qual as autoridades sanitárias proibiram visitas às aldeias indígenas.

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