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Polícia Militar

Doria anuncia treino para cúpula da PM após abusos nas ruas

Programa batizado de "Retreinar" vai mirar, inicialmente, as altas patentes da corporação

Por Agência Estado

23 de junho de 2020, às 07h47 • Última atualização em 23 de junho de 2020, às 11h07

Em meio ao recorde de letalidade e denúncias de violência policial, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda que a cúpula da Polícia Militar terá de passar por novo treinamento a partir de julho.

Segundo ele, o programa vai se chamar Retreinar e, inicialmente, mira as altas patentes da corporação – só chegando depois aos PMs que estão na ponta e fazem atendimento nas ruas.

A orientação foi dada diretamente ao secretário da Segurança Pública, o general João Camilo Pires de Campos, que se recupera em casa da Covid-19. “Serão coronéis, tenentes-coronéis, majores, capitães, tenentes, sargentos, iniciando no comando do Quartel-General, que fica no bairro da Luz, no centro”, afirmou o governador.

“O ‘retreinamento’ de todo o comando das nossas tropas é para evitar em 1% de maus policiais, que insistem em utilizar violência desnecessária, para que se possa compreender que isso não é aceitável”, disse. O governo diz esperar que o treinamento chegue a sargentos, cabos e soldados em 20 dias.

Ainda segundo Doria, agentes envolvidos em casos de violência serão “punidos e afastados em definitivo da corporação”. Desde o início de 2019, ao menos 220 policiais envolvidos em falhas graves ou crimes já foram demitidos ou expulsos das forças de segurança paulistas, conforme o governo.

Rio

As Polícias Civil e Militar do Rio mataram 741 pessoas de janeiro a maio, segundo balanço de ontem do Instituto de Segurança Pública do Rio. É o número mais alto nesse período desde que começou esse registro, em 1998. O recorde foi batido apesar da quarentena da 2.ª quinzena de março até o fim de maio, o que reduz o número de pessoas nas ruas e os principais índices de criminalidade. Maio, por outro lado, teve o segundo menor número de homicídios dolosos (273) desde o início dessa estatística, em 1991.

Em nota, a secretaria da PM do Rio disse que as ações “seguem protocolos técnicos, para preservar vidas de moradores e dos policiais, e as determinações legais”. Segundo a PM, “o confronto é opção dos criminosos”. Já a Secretaria de Polícia Civil disse que “as ações são baseadas em informações de inteligência e planejamento”, que levam em conta “horário” e “identificação dos agentes”, exceto em flagrantes.

Em 2018, o governador Wilson Witzel (PSC) defendeu que a PM atirasse para matar quem estivesse com fuzil. Ao Estadão, disse que a polícia “vai mirar na cabecinha e… fogo!”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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