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Cotidiano

CNBB critica ‘negação da ciência’ e atos de violência

Entidade lança nesta quarta-feira sua nova Campanha da Fraternidade Ecumênica

Por Agência Estado

17 de fevereiro de 2021, às 06h46 • Última atualização em 17 de fevereiro de 2021, às 08h30

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) lança nesta quarta-feira sua nova Campanha da Fraternidade Ecumênica, que tece críticas contra “discursos negacionistas sobre a realidade e fatalidade da Covid-19”, “a negação da ciência” e a “cultura de violência contra as mulheres, as pessoas negras, os indígenas, as pessoas LGBTQI+”.

O texto-base da ação, divulgado em outubro, ainda afirmou que o “lobby religioso” reivindicou o direito de algumas igrejas permanecerem abertas na pandemia, apesar de contaminações e mortes. A temática formal da campanha é “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”.

A iniciativa foi alvo de críticas de grupos conservadores, que criaram um abaixo-assinado contra o tom adotado pela CNBB. Eles alegam que a campanha promove “deturpações dentro da moral católica”. O escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, também tem defendido o boicote. A adesão à campanha depende de cada diocese.

Em resposta, a CNBB divulgou, na terça-feira da semana passada, uma nota em que explica as referências católicas que motivam a campanha.

Depois, na sexta-feira, divulgou outra nota na qual afirma que o objetivo maior da campanha deste ano é o diálogo e que, por ser “construída ecumenicamente”, segue a linha de pensamento do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) e não da CNBB.

“São duas compreensões distintas, ainda que em torno do mesmo ideal de servir a Jesus Cristo”, diz o texto, acrescentando que a Igreja Católica tem doutrina sobre de gênero e se mantém fiel a ela.

Ao concluir, a nota diz que as dificuldades de uma campanha ecumênica não devem levar ao rompimento da comunhão, “um tesouro que o Senhor Jesus nos deixou”.

‘Polarização ideológica’

O arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, defendeu a campanha. “Acho que essa polêmica precisa baixar a fervura, acho que ela está movida por um monte de preconceitos, está movida por paixão anti-ecumênica e por acusações infundadas contra a CNBB. Enfim, é uma polêmica marcada por polarização ideológica”, disse em vídeo gravado na semana passada.

A Campanha da Fraternidade é realizada anualmente pela CNBB, no período da Quaresma. A cada cinco anos, é promovida de maneira ecumênica, em conjunto com o Conic.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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