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Covid-19

Clínicas privadas do Brasil miram em vacina indiana

Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas espera que cinco milhões de doses devem vir ao mercado brasileiro até meados de março

Por Agência Estado

04 de janeiro de 2021, às 13h00 • Última atualização em 04 de janeiro de 2021, às 23h01

A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) informou ontem que o setor negocia a compra de cinco milhões de doses da Covaxin, imunizante contra a covid-19 fabricado pela farmacêutica indiana Bharat Biotech. O produto obteve último no sábado recomendação de uso emergencial na Índia, mas os dados de eficácia ainda são desconhecidos.

A ABCVAC diz que cinco milhões de doses devem vir ao mercado brasileiro até meados de março. Isso, porém, depende de certificações do produto no País. Para ser aplicada, a vacina deve ser registrada ou receber aval para uso emergencial no Brasil. A fabricante da vacina precisa pedir essas permissões à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Uma delegação da associação irá à Índia na próxima semana para discutir a compra. “A vacina, administrada em duas doses com intervalo de duas semanas entre elas, induziu um anticorpo neutralizante, provocando uma resposta imune e levando a resultados eficazes em todos os grupos de controle, sem eventos adversos graves relacionados à vacina. Na última fase antes da liberação para uso emergencial, foi aplicada em 26 mil voluntários em 22 localidades da Índia”, diz a ABCVAC.

Os dados sobre os estudos finais ainda não foram publicados. Em nota, a Bharat Biotech disse que iniciou procedimentos junto à Anvisa para “submissão contínua” dos resultados. Por este caminho, a empresa deve apresentar os dados das pesquisas em etapas, mesmo antes de finalizar todos os estudos. Mas a entrega de documentos ainda não começou. A ideia é acelerar o processo de registro na Anvisa. Só quatro laboratórios (AstraZeneca, Butantã, Janssen e Pfizer/BioNtech) já adotaram esse procedimento.

A ABCVAC afirma que representa 70% do mercado, com 200 associadas. “Inicialmente a notícia era a de que as clínicas privadas brasileiras não teriam doses disponíveis, porém, com a entrada desse novo player no mercado, tivemos a oportunidade de negociação”, disse Geraldo Barbosa, presidente da entidade, em nota.

A Covaxin pode ser armazenada sob temperatura de 2 a 8 graus, mesmo intervalo utilizado na rede de frios do SUS. “A previsão é a de que seja lançada no mercado em fevereiro de 2021, e a projeção é a de que sua validade contra a covid-19 seja de 24 meses”, afirmou a associação das clínicas privadas.

O caminho para aprovação do registro ou uso emergencial da Bharat Biotech exige uma série de análises da Anvisa. A agência pode pedir, por exemplo, certificações adicionais – com inspeção in loco – em fábricas que forneçam ingredientes das vacinas, além de comprovação de que os dados de eficácia seriam também observados na população brasileira. A Anvisa tem 60 dias para avaliar pedidos de registro de vacinas. O uso emergencial e temporário deve ser liberado ou não em dez dias, estima a agência.

A ABCVAC diz que o laboratório indiano também tem capacidade de atender o SUS. Há memorando de entendimento não vinculante assinado entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica. A aposta do governo federal é a vacina da Universidade de Oxford e da farmacêutica AstraZeneca, que será fabricada e distribuída no Brasil pela Fiocruz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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