25 de abril de 2024 Atualizado 00:11

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Cotidiano

Cariocas caçam a ‘xepa da vacina’

Por Agência Estado

04 de fevereiro de 2021, às 13h15 • Última atualização em 04 de fevereiro de 2021, às 14h08

Faltavam poucos minutos para as 17 horas, quando os agentes de viagem Régis Fernandes, de 70 anos, e Graça Oliveira, de 65, chegaram ao Centro Municipal de Saúde João Barros Barreto, em Copacabana. Ali funciona um posto de vacinação contra a covid-19. Mesmo sem pertencer à faixa etária indicada para o dia – 94 anos -, eles queriam receber o imunizante, na chamada “xepa da vacina”, com “sobras” não usadas no horário regulamentar.

Não conseguiram, mas se dispunham a ir a outro posto, na zona norte, na sua busca pela imunidade. Uma espécie de ronda da imunização, nova arma contra a covid, que já matou mais de 226 mil pessoas no País.

“Soubemos que, na hora em que o posto fecha, as doses restantes de vacina são distribuídas a quem estiver presente e quiser tomar”, contou Graça. “Então viemos esperar aqui a ‘xepa da vacina'”, completou. O termo designa o horário em que as feiras livres encerram o trabalho e vendem os produtos perecíveis a preços mais baixos.

Essa distribuição de doses realmente aconteceu, no início da vacinação, em alguns postos. O motivo é que cada frasco da vacina da AstraZeneca/Oxford contém dez doses. Depois de aberto, todo o conteúdo deve ser usado em até seis horas – do contrário, se perde.

No posto de Copacabana sobraram três doses no sábado e seis na segunda-feira, segundo funcionários. Todas foram distribuídas entre os presentes, para evitar que se perdessem. Mas, seguindo orientação da Secretaria Municipal de Saúde, à tarde passaram a ser aplicadas doses da vacina Coronavac. “Por isso aqui não tem mais ‘xepa da vacina'”, lamentou Graça. “Antes passamos por outro posto na Rua do Matoso, que fecha às 20 horas e todo dia tem sobra. Vamos comer uma pizza e depois vamos lá vacinar”, programou.

“Soube agora que em Copacabana não tem, mas vou à Gávea, a Laranjeiras, vou fazer uma peregrinação”, contou o biólogo aposentado Enocir Mello, de 76 anos. Pelo cronograma da prefeitura, ele pode se vacinar a partir de 25 de fevereiro. Na fila de vacinação, a reportagem do Estadão encontrou também uma mulher de 93 anos levada pela filha, que recebeu orientação para voltar nesta quinta-feira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Publicidade