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Brasil

Brasileiras deixam de usar roupa de ginástica do seu gosto por medo de assédio

Por Agência Estado

08 de março de 2020, às 11h28 • Última atualização em 08 de março de 2020, às 15h28

“Que beleza, hein, morena?”, “Tira esse shortinho” e “Se eu te pego, faço um estrago” foram algumas das frases relatadas por mulheres durante um levantamento feito para saber se praticantes de atividade física já sofreram algum tipo de assédio sexual.

A pesquisa realizada pela Smart Fit em parceria com a Opinion Box, com 1050 brasileiras, perguntou se elas já passaram por esse tipo de violência especificamente no caminho para o treino.

De acordo com o estudo, 54% das entrevistadas já ouviram comentários desconfortáveis no trajeto. Muitas disseram que já deixaram de usar alguma roupa de ginástica que gostariam de vestir por medo de algum homem mexer com elas.

A Smart Fit produziu um vídeo com a Pletora Filmes pelas ruas de São Paulo e gravou o trajeto de dez mulheres até o local de treino, em diferentes bairros da cidade.

“Nunca achei que seria tão explícito. Pelo filme deu pra ver todo o tipo de assédio, de todas as idades, e dirigido a todos os tipos de mulheres”, relata Renata Ursaia, diretora do vídeo de #DEIXAELATREINAR.

A pesquisa ainda mostrou que mais de 80% das mulheres preferem se locomover a pé para irem treinar.

Para Louise Bussi, produtora de eventos e participante da campanha ‘Deixa Ela Treinar’, não é possível se sentir segura em São Paulo. “Participar da ação foi apenas comprovar o que costumo passar no meu cotidiano. As pessoas têm que entender que nosso corpo não é um convite. Nós queremos andar livres, independentemente da roupa que estamos usando. É péssimo você andar na rua e se sentir um pedaço de carne”.

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