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Cotidiano

BBC fala de novo recorde de mortes por covid-19 no Brasil

Por Agência Estado

22 de maio de 2020, às 09h13 • Última atualização em 22 de maio de 2020, às 11h03

A rede de televisão britânica BBC exibe ao longo de sua programação desta sexta-feira, 22, uma reportagem, de mais de três minutos de duração, sobre a covid-19 no Brasil, enfatizando que o número de novas mortes voltou a ser recorde no País, mas que o fluxo de pessoas nas praias de São Paulo pode aumentar por causa da antecipação de um feriado. O canal de notícias disse que o número de óbitos por conta do coronavírus já passa de 20 mil e que o Estado mais afetado decidiu mudar o feriado para evitar que as pessoas fossem trabalhar, mas acabou criticado pelas cidades do litoral, que temem a chegada de “milhares” de turistas à costa.

“A praia é um remédio para a alma do brasileiro. Mesmo se respirar um pouco de ar fresco do mar está mais difícil nestes dias”, afirmou a repórter. “Curtir a praia definitivamente não é permitido. Nem surfar, a menos que isso seja feito na primeira hora da manhã. Mas as regras são regularmente quebradas”, continuou, com imagens exibindo uma criança praticando o esporte.

A BBC entrevista o pai da criança, que argumenta que os dois não estão na praia, mas que veio com o filho de bicicleta e trouxe a prancha para o mar. “A praia é o local pelo qual eu tenho de passar para chegar ao mar”, alegou.

A polícia está nas ruas, conforme a reportagem, mas não pode fazer muito. Neste final de semana, a preocupação é a de que a situação piore.

A chegada de mais pessoas a Santos, por exemplo, tem preocupado a população local. “Temos medo. São Paulo é o local com o maior número de casos de vírus. Num dia ensolarado como este, a praia pode ficar cheia”, disse um morador local que estava na praia com uma mulher, ambos usando máscaras.

Os governos municipais colocaram barreiras nas estradas para tentar interromper o êxodo da capital e um policial militar disse à rede britânica que aumentou o fluxo na baixada santista por causa do fim de semana prolongado. José Silva de Jesus explicou que a orientação da polícia tem sido a de recomendar que as pessoas voltem para as suas casas porque não é seguro estar nas ruas: “Dizemos às pessoas que as nossas cidades estão fechadas, que os hotéis estão fechados, assim como as praias.”

As barreiras nas estradas, de acordo com a repórter, acabaram sendo suspensas porque começou a haver engarrafamentos, o que impedia as ambulâncias de trafegarem. Ela citou, também, que nem todos os brasileiros estão respeitando as medidas de distanciamento social, que o número de casos e de mortes é crescente e que o fim de semana maior não é uma desculpa para se quebrar a quarentena. Imagens com protestos de pessoas contra a chegada de turistas nas estradas e de uma simulação de um cemitério nas areias das praias também foram mostradas.

A reportagem trouxe ainda uma entrevista com o diretor da Santa Casa de Santos, Alex Macedo, que se mostrou preocupado com a possibilidade do aumento do fluxo na cidade sobrecarregar o sistema de saúde local. “Em tempos normais, já temos problemas com isso”, comparou, dizendo que o número de pessoas na cidade pode chegar a duas ou três vezes o tamanho da população local. “Neste tipo de situação, estamos mais preocupados”, continuou.

A BBC diz que o governo de São Paulo está desesperadamente tentando encontrar formas para que as pessoas fiquem em suas casas.

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