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Cotidiano

Aplicativo do Ministério da Saúde sugere máscara só para infectados

Recomendação contradiz falas ministro Marcelo Queiroga, que tem defendido uso da proteção por todos

Por Agência Estado

08 de abril de 2021, às 13h05 • Última atualização em 08 de abril de 2021, às 16h40

Hábito de usar máscaras em locais fechados e de aglomeração deve ser retomado por quem faz parte dos grupos de risco - Foto: Pixabay

Mais de um ano após o começo da pandemia, o Ministério da Saúde mantém, em canais oficiais, informações desatualizadas ou erradas sobre o uso de máscaras durante a pandemia. O aplicativo oficial criado para orientar a população recomenda o uso de máscara apenas para quem tem sintomas da Covid-19 ou está cuidando de uma pessoa com suspeita do vírus. A recomendação contradiz falas do próprio ministro recém-empossado, Marcelo Queiroga, que tem defendido o uso da proteção por todos e já citou que o País deve adotar como slogan ser a “pátria de máscaras”.

O programa foi atualizado em outubro e tem mais de 5 milhões de downloads apenas na Play Store do sistema Android. O mesmo aplicativo também afirma que ainda não há vacina disponível contra a Covid-19. Além do app, o site da pasta também continha informações desatualizadas. Até a semana passada, a sessão “perguntas e respostas” do Ministério da Saúde sobre a pandemia afirmava que o aperto de mãos era a principal forma de contágio da Covid-19. Além disso, negava que a doença fosse transmitida pelo ar. A página foi excluída após questionamento do Estadão.

“O COVID-19 é transmitido pelo ar?”, era uma questão. “Não, a transmissão acontece de uma pessoa doente para outra por contato próximo, por meio de: aperto de mãos (principal forma de contágio)” era a resposta. Também eram citadas gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro e objetos e superfícies contaminadas como formas e locais de contágio.

OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a transmissão da Covid-19 é feita de uma pessoa a outra, por meio de gotículas que se propagam a partir do nariz ou da boca de uma pessoa, principalmente após tosse ou espirro. O órgão também cita a contaminação ao tocar olhos, nariz e boca depois de ter contato com uma superfície contaminada. O aperto de mão, porém, está longe de ser tratado como principal forma de transmissão.

O Portal do Servidor do governo federal também está desatualizado. Em texto sobre orientações para evitar a contaminação não há menção ao uso de máscaras. Atualizada em 16 de março, a página recomenda medidas como higienização das mãos, cobrir o rosto com lenço de papel ao espirrar ou tossir, evitar aglomerações e manter ambientes bem ventilados, mas ignora a proteção. Desde que assumiu o posto, após a saída de Eduardo Pazuello, Queiroga cobra o uso das máscaras.

Procurada, a Saúde não informou se o ministro também pretende reservar recursos para a compra do equipamento de proteção para a população, como fizeram alguns Estados e municípios. Queiroga também tem afirmado que uma de suas primeiras ações na pasta foi editar portaria para determinar o uso de máscara dentro do Ministério da Saúde, mais de um ano após o começo da pandemia.

Como mostrou o Estadão no mês passado, a falta de preocupação da pasta com os protocolos para conter a propagação do vírus motivou queixas entre os próprios funcionários. O texto anunciado por Queiroga, porém, até agora não foi publicado. Em outubro, uma portaria já determinou o uso da proteção, o que não vinha sendo cumprido nem sequer por Pazuello e seus auxiliares.

Esse texto também afirmava que máscaras “profissionais”, como os modelos descartáveis ou N95, devem ser prioridade apenas para profissionais que atuam no atendimento de pacientes. O próprio Queiroga, porém, tem usado proteção mais reforçada em reuniões de governo ou ao atender a imprensa.

“Para pessoas saudáveis, use máscara somente se você estiver cuidando de uma pessoa com suspeita de infecção por coronavírus.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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