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Cotidiano

1º dia do Enem começa com redação e ciências humanas

Por Agência Estado

21 de novembro de 2021, às 14h18 • Última atualização em 21 de novembro de 2021, às 16h30

Os portões de acesso aos locais de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram fechados às 13h (horário de Brasília) em todo o País. A aplicação do primeiro dia começou às 13h30 e segue até 19h deste domingo, 21, quando os candidatos terão de responder a questões de linguagens, ciências humanas, além da elaboração da redação.

Antes mesmo da abertura dos portões, os candidatos que fariam a prova do Enem já se concentravam no entorno do prédio da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), no bairro do Maracanã, na zona norte da capital fluminense.

A estudante Luiza Miranda Fernandes, de 18 anos, mora a apenas 10 minutos de distância do local da prova, no bairro do Grajaú, mas chegou à Uerj ainda no fim da manhã, como parte do esforço de afastar a ansiedade.

“Estou muito nervosa. Eu me preparei, mas vejo o tanto de gente tentando (a prova) também e fico ansiosa”, contou Luiza, candidata a uma vaga de graduação no curso de Enfermagem. “Chegamos antes para acalmar, para respirar, para esperar com mais tranquilidade”, relatou.

A jovem estava acompanhada pela mãe, Fabrícia Miranda, que não poupou esforços para motivar a filha. Ela esperaria à porta da universidade até que a estudante terminasse a prova, que se estende de 13h30 às 19h.

“É essencial nesse momento tão importante para eles que a gente esteja ao lado dando apoio, passando tranquilidade”, disse Fabrícia, que relatou ter evitado no noticiário recente sobre os problemas envolvendo a organização do Enem, para evitar transmitir ansiedade para a filha às vésperas da prova. “Preferi não focar nisso não só pela minha ansiedade como mãe, mas também para não passar isso para ela. Quero passar tranquilidade, porque ela está muito ansiosa”.

A estudante Maria Vitória Damasceno, de 19 anos, também teve o apoio da família no dia de prova. Ela chegou acompanhada pelo pai e pelo irmão à universidade, onde presta o concurso para uma vaga na graduação em Direito.

“Não estudei como gostaria, por conta do trabalho e do concurso para o Banco do Brasil, mas vou na fé e na força”, declarou. “Prefiro chegar antes, relaxar, dar uma estudada, do que chegar atrasada”, completou.

O estudante Pedro Henrique de Amorim, de 18 anos, que tenta uma vaga no curso de Psicologia, relata não saber o que esperar da prova, especialmente depois de tantas notícias recentes sobre turbulências envolvendo o processo seletivo. “Acho que a redação vai ser o maior desafio”, contou Pedro Henrique.

A pensionista Maria do Socorro de Carvalho, de 83 anos, esbanjava disposição na sua terceira tentativa de conquistar uma vaga na universidade através do Enem. A cearense pretende cursar a faculdade de Administração. “É o meu sonho”, declarou Maria do Socorro. “Não importa a idade, o importante é a força de vontade”, concluiu.

O Enem 2021 tem medidas de segurança contra a covid- 19. Assim como na edição de 2020, o uso de máscara facial é obrigatório desde a entrada até a saída do local de provas. Participantes que estejam com covid-19 ou com outras doenças infectocontagiosas não devem comparecer ao exame e podem solicitar a reaplicação na Página do Participante.

Exame ocorre em meio à crise no Inep

No próximo domingo, 28, os participantes fazem as provas de matemática e ciências da natureza. A aplicação do Enem deste ocorre em meio a uma crise no Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza o exame. Trinta e sete coordenadores pediram demissão coletiva neste mês, o que expôs a instabilidade no órgão.

Somou-se a esse cenário a declaração do presidente Jair Bolsonaro, que disse que a prova estava começando a ter a sua cara. O Estadão revelou na semana passada que, em uma intervenção inédita, a gestão federal selecionou questões e quis driblar regras de acesso ao conteúdo da prova.

O exame será aplicado neste domingo para 3,1 milhões de estudantes que tiveram a inscrição confirmada. É o menor número de participantes desde o ano de 2005, o que expôs a dificuldade de acesso igualitário à educação em um ano marcado pela pandemia e pelo agravamento das condições socioeconômicas.

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