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  Vlogger: uma mistura de lazer com negócio

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  Vlogger: uma mistura de lazer com negócio

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Revista L

Vlogger: uma mistura de lazer com negócio

Jovens que estão mandando bem na produção de vídeos caseiros, conseguem ganhar uma grana legal com o hobby

Por Núria de Oliveira

31 jul 2015 às 10:23 • Última atualização 20 jan 2017 às 16:17

Foto: Dener Chimeli/O Liberal
Casal de Americana comanda o canal “Bem-Vindo a Marte”

“Quando você crescer, vai ser vlogger, meu filho…”. Esse pode ser o desejo de um pai para um filho que nasce hoje. Isso porque os vloggers de sucesso não são apenas celebridades, mas estão começando a ganhar dinheiro com um… hobby!

Sim, porque diferente de ficar no escritório ou na linha de produção de uma fábrica, a maioria dos produtores de vídeos da web grava em sua casa e fala do que gosta.

A mistura de lazer com negócios é a maior característica da geração Z. Eles se divertem e, de quebra, olham o hobby com um viés empreendedor que sempre dá certo.

Que o diga PC Siqueira, Felipe Neto, Felipe Castanhari… Mas ter muitos views, inscritos no canal e vários joinhas no vídeo, demora! E o caminho não é lá tão fácil.

O casal de namorados de Americana Letícia Yasmin Luiz, 17, e Raul César Rodrigues da Silva Pavani, 19, estão nessa luta por um lugar na rede.

Eles comandam o canal “Bem-Vindo a Marte”, com vídeos descontraídos sobre games e outras “coisitas” nerds.

A ideia, que começou naquele lance “vamos ver no que dá”, surgiu há dois meses.

A gravação é feita no quarto de Letícia, que tem um certo charme geek com seus cabelos azuis. Resultado? Em pouco tempo, eles já têm 183 inscritos no canal e 2 mil visualizações. “As pessoas gostam bastante. Sempre há alguns comentários. O vídeo mais acessado foi ‘TAG: QUEM SOU EU’, que gravei com mais seis amigos meus”, conta Letícia.

Por enquanto a grana não entra, mas uma proposta de parceria com outro canal já surgiu.

Para atrair mais assinantes, a ideia é evoluir o conteúdo e melhorar a qualidade, para alcançar assim o reconhecimento e a tão desejada fama. Enquanto isso, os jovens vão se divertindo. “Uma das vantagens é essa. É bem legal assistirmos o trabalho pronto depois. Tem os dias que eu queria uma companhia para gravar, mas ele (Raul) não gosta de aparecer. É mais tímido que eu”, diz.

Booktubers
[img-1] A nova sensação do momento são os “booktubers”, aficionados por livros que compartilham na web suas impressões sobre as obras que acabaram de ler e, de quebra, ganham lançamentos das editoras e uma grana com publicidade.

Quem faz parte desta nova patota é o estudante Daniel Destro, 17. Um belo dia, Daniel leu o livro “Jogos Vorazes – Em Chamas” e ficou apaixonado.

Queria compartilhar com alguém o conteúdo da obra, mas ninguém da sua escola tinha lido. O que ele fez? Ligou a webcam do computador e “pow” começou a falar, falar e falar.

Postou o vídeo no Youtube e teve uma boa aceitação, com comentários e tudo mais. Ali nascia o “Então, eu Li”, que completa 3 anos em 2015. “No primeiro vídeo eu desabafei tudo. Eu não sabia o que estava fazendo. Com o tempo, o pessoal pediu para falar menos spoiler, comecei a editar o vídeo, peguei uma câmera melhor para gravar, coloquei algumas tags para dar uma descontraída e, às vezes, trago alguma discussão com o fundo da literatura para diversificar um pouco. Mas com o foco na literatura, claro”, disse.

Com mais de 14 mil inscritos e 281 mil visualizações no canal, Daniel diz que recebe vários livros de autores novos das editoras, além da “graninha” com publicidade. “Mas ainda não chega a um salário, infelizmente. Quem sabe um dia, né?!”, brinca.

Para ele, que lê cinco obras por mês, não se pode taxar que esta geração tem preguiça de ler. “Eu não sei se é por conta de eu conviver com um pessoal que gosta mais de ler, mas eu vejo que os jovens de hoje em dia estão tendo um contato maior com a literatura. Ainda é um problema a falta de leitura, mas acho que vai melhorando”, acredita.

O objetivo do jovem, que ainda está no segundo ano do ensino médio, é comprar uma câmera melhor e, quem sabe, publicar um livro. “Ser um booktuber, escrever e publicar um livro seria bem legal”, projeta o estudante.

Fama e grana

1º Porta dos Fundos
7,1 milhões de inscritos
Até US$ 305 mil por mês

2º Galinha Pintadinha
2,1 milhões de inscritos
Até US$ 212,5 mil por mês

3º Parafernalha
4,2 milhões de inscritos
Até US$ 97,3 mil por mês

4º VenonExtreme
2,7 milhões de inscritos
Até US$ 89,3 mil por mês

5º Galo Frito
4,7 milhões de inscritos
Até US$ 85,1 mil por mês

Fonte: Olhar Digital – 2014

Caso de sucesso
[img-2] Shawn Mendes, 16, é de Toronto e fazia versões cover de músicas no aplicativo Vine e os vídeos também subiam no Youtube. No começo deste ano, ele foi visto por agentes de artistas e foi contratado pela Island Records. O single de estreia, “Life of The Party”, fez dele o artista mais jovem a estrear entre as 25 primeiras posições da Billbord Hot 100.