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  Quem dança, seus males espanta

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  Quem dança, seus males espanta

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Revista L

Quem dança, seus males espanta

Pesquisa comprova que a dança combate a depressão e previne doenças degenerativas

Por Núria de Oliveira

19 ago 2015 às 15:44 • Última atualização 20 jan 2017 às 16:19

Que a dança ajuda a emagrecer e melhora o condicionamento físico, a maioria já sabe. Mas os benefícios não param aí. Segundo pesquisa realizada pela Universidade Southwersten, do Texas, nos Estados Unidos, a prática desta atividade física – e de outras também – por pelo menos 30 minutos, três vezes por semana, pode ser tão eficiente quanto o uso de antidepressivos.

No caso da dança, a modalidade pode ser considerada um remédio natural para a saúde. Além do combate a depressão, ajuda a prevenir doenças degenerativas como o mal de Parkinson e patologias neurodegenerativas.

A aposentada Rosa Pigatto Zanetti, 76, acredita no resultado desta pesquisa. Há 16 anos no Clube da Melhor Idade de Nova Odessa, ela tem toda a certeza do mundo que estar ali, praticando várias atividades, espanta para longe a depressão. “Eu acho que teria morrido. Me sinto mal ficando dentro de casa, não gosto mesmo. Eu gosto é de sair. Dou uma volta, converso com as amigas… Sou assim”, define ela, que já fez vôlei adaptado e agora participa das aulas de coreografia e canto. “É muito bom. Para mim, é um momento de muita diversão.”

Trabalhando com dança há 37 anos, a coreografa Rose Blanco, diz que a maioria dos adultos procura dança por gostar e pela questão de ser uma atividade física. No entanto, ela diz que muitos alunos chegam lá com a autoestima baixa e depois vão sendo motivados. E isso acontece em todas as faixas etárias. “É interessante saber que a depressão não é uma doença típica do adulto, convivo com crianças e jovens com este problema, que dançam e tem acompanhamento médico em paralelo. Mas ainda, na grande maioria, são os adultos e a terceira idade, os que mais procuram apoio na dança”, diz.

Para ela, a dança pode ajudar no combate a depressão pela assimilação da música, movimento, beleza plástica, soltura e envolvimento social. “Uma boa aula de dança, principalmente direcionada para este público, pode deixar a pessoa bem mais animada com a vida e com as suas pequenas conquistas. O palco, o figurino, a maquiagem e o aplauso também fazem uma grande diferença na autoestima dos mesmos. Mas é bom salientar a necessidade de respeito ao ser humano e às suas limitações, pois caso contrário o efeito pode ser totalmente o oposto e desastroso”, reforça.

Sai pra lá, tristeza

A empresária Marina Aparecida Camillo Covre, 57, passou por todos aqueles momentos obscuros da depressão. “Tinha vontade de me matar, chorava muito”, recorda. Um dia, em uma visita a sobrinha em São Paulo, foi apresentada à dança de salão. A promessa? Era acabar com a doença. Deu certo. A identificação foi imediata e há cinco anos Marina pratica a modalidade. “Meu medicamento quase reduziu a zero. Tenho em casa para dizer que tenho.

Eu tinha tentado academia, outras coisas, mas não tinha rolado a identificação. Eu acho que a dança foi a minha cura. Minha melhor terapia”, enfatiza.

Para a dançarina e professora Sirlei Tavares, a dança é uma ótima atividade para adultos por não envolver o lado emocional e físico do corpo. “O pessoal vem pelo social, para fazer amizades, distrair a cabeça, aumentar a autoestima e praticar atividade física sem muito impacto. Mas tenho casos de quem procura para combater a depressão”, diz ela, que dá aulas de dança de salão há 13 anos com o marido, Alex Strapasson. Para ela, a modalidade estimula muitos sentimentos bons nos seres humanos. “A dança traz felicidade, amor, compaixão, paciência. Uma das primeiras coisas que um bebe faz é bater os pés e balançar os braços. Isto já é dançar! E na aula ou no baile, as pessoas sorriem, fazem amizades, se arrumam. Eu tenho alunos que vão ao baile quase a semana inteira”, conta Sirlei.

Atividade 1 x Depressão 0

Para quem não gosta muito de dança, mas quer um tratamento alternativo para depressão, uma sugestão é mergulhar de cabeça em modalidade esportiva. E pode ser, sim, a musculação. O professor de Educação Física, William Calefi explica que pegar firme nos exercícios pode contribuir muito na diminuição dos efeitos da doença por ser um momento de cuidado do corpo. As séries de exercícios não são muito diferentes, no entanto, devem ser fáceis para que o aluno consiga realizar todo treinamento com sucesso, evitando frustrações. Os primeiros sinais de melhora dependem do paciente e do grau da doença. “A partir da primeira seção de treino realizada com sucesso o aluno já pode se sentir mais confiante e bem-humorado, com a sensação de vitória e dever cumprido. Já presenciei casos assim, porém, outros fatores externos a academia e as seções de treino fizeram com que o aluno desistisse do seu objetivo. Portanto, somente a atividade física não é o suficiente para combater a depressão”, alerta.

Consultoria: Body Fit e Esporte Clube Flamengo