Revista L
Evite a Síndrome do Choque Tóxico
Saiba a maneira correta de usar o absorvente interno e conheça os perigos da síndrome contraída pela modelo Lauren Wasser
Por Luiza Cazetta
06 jul 2015 às 08:00 • Última atualização 20 jan 2017 às 16:15
Link da matéria: https://liberal.com.br/arquivo-de-noticias/revista-l/evite-a-sindrome-do-choque-toxico-12617/
Aos 24 anos, Lauren Wasser vivia o sonho de muitas garotas: era modelo. Mas, foi em outubro de 2012, que a bela jovem viu sua vida se tornar um pesadelo. Lauren teve a perna direita amputada e quase morreu após contrair uma doença rara, chamada de Síndrome do Choque Tóxico (SCT), que pode ser causada pelo uso de absorventes internos. Agora, com 27 anos, a modelo está no meio de um processo judicial contra a empresa fabricante do produto de absorção que ela utilizou na época.
Descoberta nos anos 80, nos Estados Unidos, a SCT é rara e afeta uma a cada 100 mil pessoas. A doença ocorre devido a complicações de infecções bacterianas e, em determinados casos, é associada ao uso do absorvente interno.
Para evitar a doença, que é grave e pode levar à morte, a principal recomendação dos médicos é fazer a troca do produto íntimo a cada quatro horas. “A Síndrome de Choque Tóxico é muito rara e pode ser causada por bactérias. Às vezes o absorvente, quando não muito bem colocado ou quando a vagina está muito ressecada, pode provocar ferimentos na parede da vagina. Então, pode ocorrer a entrada de bactérias, levando ao processo infeccioso”, explica o ginecologista Libório Cecim Albim.
Pequenos ferimentos na vagina, mesmo que microscópicos, facilitam que uma infecção atinja a corrente sanguínea. Então, cuidado meninas! Ao notar qualquer anormalidade, a recomendação é retirar o absorvente e procurar ajuda médica imediatamente. A SCT é tratada com antibióticos.
Sintomas da doença
– febre alta
– diarreia
– dor de cabeça
– vômito
– tontura
– olhos avermelhados
– manchas na pele
Casos especiais
Segundo Albim, o absorvente interno deve ser utilizado apenas em momentos especiais, como ao ir para praia, piscina ou ao praticar uma atividade física intensa. “O absorvente interno mantém o sangue em contato com a parede vaginal. Isso pode causar algum tipo de irritação, ferimento ou até mesmo modificar o pH. Já com absorvente externo, esse sangue se exterioriza e vai para o absorvente”, esclarece o ginecologista.
Entretanto, ele não recrimina o uso do produto. “Acho que o absorvente [interno] não deve ser eliminado em função disso. Usar adequadamente, nos momentos especiais, é uma opção para que a mulher possa se sentir mais segura e confortável”, destaca.
Vale ressaltar que, além da orientação de trocá-lo a cada quatro horas, o absorvente interno jamais deve ser usado ao dormir, devido ao longo período de utilização.
Virgem pode?
As adolescentes podem usar o absorvente interno, mas desde que sigam as recomendações do ginecologista.
Para facilitar a colocação, Albim sugere passar um pouco de lubrificante íntimo no produto. “Outra possibilidade é pedir ajuda da mãe, que é uma pessoa experiente e de confiança”, orienta o médico. As garotas que são virgens e têm receio de utilizar o absorvente, o ginecologista esclarece que é “improvável” que rompa o hímen.
Casos reais
Ao ser encontrada com febre, em 2012, a modelo Lauren Wasser foi levada para um hospital, à beira da falência múltipla dos órgãos. Uma equipe começou a investigar o que poderia ter ocorrido, quando um médico suspeitou que a modelo estaria usando um absorvente. O produto foi recolhido, enviado para um laboratório e, então, foi comprovada a Síndrome de Choque Tóxico (SCT).
Devido às complicações da infecção, Lauren teve metade da perna direita amputada. Agora, a jovem processa a fabricante, alegando que houve negligência de informações sobre os riscos do absorvente.
No Reino Unido, em 2013, a adolescente Nasha Scott-Falber, 14, morreu vítima da SCT. Segundo a imprensa internacional, era a primeira vez que a garota tinha usado um absorvente interno.