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  Desafios de atuar no setor literário

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Empreendedoras

Desafios de atuar no setor literário

Magali Comelato, diretora da Editora Adonis, fala da importância da literatura para o público infantojuvenil e como estimular o gosto pela leitura

Por Danilo Reenlsober

25 mar 2019 às 16:59

Foto: Divulgação
Empresária hoje comanda uma empresa que tem mais de 50 anos de história em Americana e que busca transformar histórias de vida

Empreender no Brasil não é uma tarefa das mais simples, ainda mais num setor visto por algumas pessoas como sem muita importância ou que não é foco de investimento: o da literatura. A Editora Adonis, dirigida por Magali Comelato, no entanto, trabalha para quebrar esse estigma e mostrar a importância do mundo da leitura para a formação de valores para o público infantojuvenil.

Com a missão de levar o amor embalado em livros para os mais variados tipos de público, como reforça Magali, a empresária hoje comanda uma empresa que tem mais de 50 anos de história em Americana e que busca transformar histórias de vida. “Acredito na mudança a longo prazo e na transformação com foco, no que ações de amor e cuidado podem realizar, numa educação que consiga de fato refletir escolhas”, explica a diretora.

Com centenas de publicações em seu catálogo, o trabalho de Magali dentro da Editora Adonis vai além do de levar histórias e educação para o público infantil ou juvenil: há também a preocupação de formar uma gama de novos leitores, desde a mais tenra idade. De acordo com a diretora, 44% da população não leem, deixando a leitura em décimo lugar quando o assunto é atividade de lazer.

“Embora o índice de analfabetismo no País tenha diminuído, ainda existe a dificuldade de acesso ao livro”, salienta. “São inúmeros os motivos que distanciam a criança do livro, adolescente e até mesmo do adulto. Por isso, as ações voltadas a essa aproximação têm sido constantes, embora o resultado seja em longo prazo”, observa a empresária.

“Acredito que ao realizarmos ações, produzirmos materiais de interesse público e que tragam mensagens importantes a essas crianças e adolescentes, logo teremos uma geração focada em livros, construindo novas histórias e realizando grandes coisas”, completa Magali.

‘O sucesso é consequência do trabalho bem-feito’

Empreender no Brasil é uma missão difícil. Diversas pesquisas apontam que muitas empresas fecham as portas antes de completarem dois anos de atividades. Para Magali Comelato, a dica diante um cenário pouco convidativo é a persistência. “O sucesso é consequência do trabalho bem-feito”, diz.

“Os desafios sempre nos acompanharão, mas o que nos faz crescer, realizar, é a persistência”. A diretora da Editora Adonis lista algumas das características que fazem as mulheres empreendedoras de sucesso: dinamismo, criatividade e dedicação.

“A mulher, por natureza, tem garra, é forte, e isso já é fator determinante para realizar bem inúmeras atividades, mas se aliar todas estas características a persistência, as chances de resistir em meio a um mercado competitivo são infinitamente maiores”. Conhecer seu negócio e o mercado em qual está inserido também é essencial para o futuro da empresa.

“Também é necessário fazer uma pesquisa de mercado, planejamento, estar sempre inovando… Mas se não persistir, mesmo em meio às dificuldades, desistimos no primeiro ‘não’. E como diz Antoine de Saint Exupery em O Pequeno Príncipe ‘é necessário que eu suporte duas ou três larvas se eu quiser conhecer as borboletas’”.

Diferenciais femininos no mundo corporativo

Apesar das mudanças pelas quais a sociedade vem passando nos últimos anos, Magali Comelato aponta que o ambiente corporativo ainda é majoritariamente machista, ainda mais nos cargos de chefia. “Ainda há traços de preconceito no que diz respeito à mulher exercendo funções que antes eram desempenhadas apenas por homens”, comenta.

“Mas acredito que no meu trabalho hoje, o fato de ser mulher não dificulta o objetivo da Editora”, reforça. Para a diretora da Adonis, no entanto, as mulheres têm seus próprios diferenciais do mundo corporativo, que as diferencia dos homens.

“As mulheres têm um olhar mais clínico, detalhado e até amoroso, e isso é essencial quando tratamos de livros. Aquele que lê precisa sentir. E isso vai além do texto. Está na equipe, nas cores, na arte, no designer, no marketing. É um conjunto”, analisa a empresária.