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  Cansei da minha tatoo!

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Revista L

Cansei da minha tatoo!

Nome de ex-companheiros, símbolos desenhados de forma errada, além da entrada no mercado de trabalho são uns dos principais motivadores para a remoção

Por Débora De Souza

10 abr 2015 às 15:57 • Última atualização 20 jan 2017 às 15:20

Fazer uma tatuagem é sinônimo de liberdade e emancipação para muitos jovens. Muitas vezes está ligada a uma crença ou simples satisfação pessoal. O desenho de uma coroa, por exemplo, pode remeter a alguém da família ou fazer alusão a própria pessoa. Motivos não faltam para fazer arte, isso é fato. E ao passo que a tatuagem se tornou mais “democrática”, aumentou também o número de remoções! Afinal a coroinha que é bacana hoje, amanhã pode incomodar… e muito!Nome de ex-companheiros, símbolos desenhados de forma errada e que significam algo nada a ver com o que se queria (acontece muito com a escrita japonesa e hebraica), além da entrada no mercado de trabalho (em especial cargos públicos) são uns dos principais motivadores para a remoção da tatuagem.

Para entrar no exército, Daniel Bianco Fortunato, precisou remover – aos 17 anos -, a tatuagem do índio que cobria toda a batata da perna. “Doeu três vezes mais que fazer a própria tatuagem”, lembra. O método era bem diferente do que é hoje. A remoção foi realizada em uma única sessão e deixou uma cicatriz. “Eu era muito novo quando fiz a tatuagem. Estava na moda, eu achava legal e resolvi fazer. Não aconselho ninguém a fazer tão novo, porque é mais fácil se arrepender. Ainda tenho uma que quero tirar, mas tenho que pesquisar mais sobre as técnicas de hoje. Aquela remoção me marcou bastante”, confessa ele, hoje com 32 anos.

A técnica de remoção de tatuagem mudou bastante. Para não causar danos na pele, as sessões são mais espaçadas, com intervalo de 40 a 60 dias entre elas. Para tatuagens pequenas são necessárias, em média, cinco sessões de 20 minutos cada. Desenhos maiores exigem até 20 sessões para remoção completa, com duração de uma hora a uma hora e meia cada. Tatuagens coloridas são mais trabalhosas. As cores amarela e vermelha são as mais “chatas” de sair, enquanto a preta, a mais fácil.

“O número de sessões, na verdade, vai depender do tamanho e nível de profissionalismo da tatuagem. As profissionais são mais profundas e as tintas usadas não desbotam facilmente”, explica a médica especialista da Pró-Corpo Estética, Adriana Benito.

O pacote com cinco sessões sai por R$ 430. A remoção é feita com laser através de equipamento que se parece com uma caneta. Conforme o médico passa pelo desenho, uma luz é emitida. Ela desmancha o pigmento de tinta na derme [camada mais profunda da pele]. O corpo leva até dois meses para absorver e eliminar a pigmentação totalmente.

E não tem jeito, o procedimento dói mesmo. A sensação se assemelha a uma queimadura. Antes da aplicação do laser, o local é amortecido com gelo por dez minutos. Uma pomada anestésica pode ser usada em casos extremos. O incomodo permanece algumas horas depois da sessão. O desenho ficará em relevo e com pontinhas vermelhas. Pode ser que apareçam pequenas bolhas. Em dois, três dias a pele que teve a aplicação do laser fica com aspecto de “casquinha”.

Você sabia…

De acordo com lei estadual 9.828/97 é proibido a realização de tatuagem em menores de 18 anos, mesmo com a autorização dos pais, em todo Estado de São Paulo. O infrator fica sujeito a multa e fechamento do estabelecimento.

Causas do arrependimento:

– Tatuagem antiga e/ou com pouca definição, aspecto borrado ou desbotado
– Nome de ex-namorado(a), ex-esposa e ex-marido
– Mercado de trabalho, em especial cargos públicos (a maioria não aceita tatuagens expostas)
– Grafia errada, em especial em outros idiomas e ideograma japonês, hebraico e árabe
– Pressão de familiares, filhos e atuais companheiros

Errata
Diferente do que foi publicado na versão impressa do Jornal O Liberal, a especialista se chama Adriana e não Daniela.