Para quem achava que o feito do Cleveland Cavaliers, conduzido por LeBron James ao primeiro título de sua história, colocava um ponto final no que haveria de mais importante na NBA no ciclo 2015/2016, consultar o noticiário da principal liga de basquete dos EUA – e do mundo – provoca uma surpresa nova a cada dia neste pós-temporada. Craques da bola laranja trocando de camisa, aposentadorias, mudanças de rumos entre os jogadores brasileiros. O cardápio é farto.

A Free Agency, até agora, está marcada pela saída de Kevin Durant do Oklahoma City Thunder para aportar no Golden State Warriors. O MVP da temporada 2013/2014 vai se juntar ao estrelado elenco do atual vice-campeão, junto de Stephen Curry, Klay Thompson, Draymond Green e cia, numa combinação que desde já surge como candidata ao título quando o verão norte-americano de 2017 apontar no horizonte – e que seria o primeiro da carreira de Durant.

Assistir de perto o repertório do ala será um privilégio para quem conseguiu ingressos para algum dos jogos da seleção dos EUA nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Entre os nomes que compõe o crème de la crème do Dream Team, ele foi um dos que aceitou a convocação e estará no Brasil, diferente de LeBron, Curry, James Harden e Russell Westbrook, entre outros. Aos 27 anos, Durant já mostrou que pode fazer praticamente tudo em uma quadra de basquete. Antes de se instalar em definitivo na Bay Area, não seria nada mal desfilar um aperitivo em terras fluminenses.

Foto: Eric Gay / AP Photo

Mas as grandes mudanças não ficaram restritas a Kevin Durant. Depois de 13 anos com a camisa do Miami Heat, Dwyane Wade está de volta a sua cidade natal. É a farda do Chicago Bulls que o ala/armador vai trajar quando a bola subir pela primeira vez na temporada, em outubro. Três títulos da liga vão junto de seu currículo na tentativa de quebrar o jejum do Bulls, que não ergue o troféu Larry O’Brien desde 1998, no fim da Era Michael Jordan.

Já quem deixa o estado de Illinois é Derrick Rose. O MVP em 2010/2011 vai tentar o sucesso prospectado no Bulls, mas interrompido pela série de lesões que o atrapalharam, agora como armador do New York Knicks – a negociação, neste caso, envolve troca de jogadores. Isso apenas para ficar entre as três principais figuras da atual janela.

Entre os brasileiros, novos rumos foram anunciados pelo pivô Nenê Hilário, que depois de quatro anos sai do Washigton Wizards para tentar a sorte no garrafão do Houston Rockets, e pelo ala/armador Leandrinho Barbosa, cujo destino será, pela terceira vez, o Phoenix Suns, depois de duas temporadas com o Golden State Warriors, onde angariou um anel de campeão e um vice-campeonato.

Mas não bastasse toda movimentação de mercado, Tim Duncan pegou todo mundo de surpresa nesta segunda-feira (11). Não deve ter sido um fim de semana dos mais fáceis para o pentacampeão e duas vezes MVP da liga pelo San Antonio Spurs, que anunciou a aposentadoria das quadras. Por mais que a despedida se ensaiasse, o pivô ainda poderia exercer mais um ano do seu contrato, mas optou por abreviar sua trajetória de 19 anos com a mesma camisa. Foi muito em função do trabalho do ala/pivô que a equipe texana foi colocada no mapa da NBA a partir da segunda metade da década de 1990.

Aos 40 anos, a última temporada foi a de pior desempenho ofensivo da sua carreira. Nada, porém, capaz de deixar qualquer arranhão no legado do que Duncan representa para o basquete e, mais ainda, para a franquia de San Antonio, na qual é a figura que mais vezes entrou em quadra (1.392 vezes). O espanhol Pau Gasol chega para seu lugar, em outra negociação de vulto desta pós-temporada. Mas os eternos companheiros – e igualmente veteranos – Tony Parker e Manu Ginobili seguem em cena.

Obs: antes dos playoffs desse ano, o mundo viu o adeus às quadras de Kobe Bryant. Mas, né… Dispensa comentários.