15 de agosto de 2019 Atualizado 09:42

  TV se preocupa com as novas formas de se consumir conteúdo

  TV se preocupa com as novas formas de se consumir conteúdo

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

  TV se preocupa com as novas formas de se consumir conteúdo

Compartilhe

Mudanças

TV se preocupa com as novas formas de se consumir conteúdo

Em 2018, um sinal de alerta parece ter acendido de forma ainda mais alarmante na televisão

Por TV Press

02 jan 2019 às 16:20

A televisão está em constante mudança. Caso não acelere na direção das novas tecnologias e saiba como “agir” diante de um consumo crescente “on demand”, a audiência só tende a cair. Por isso, dramaturgia, linha de shows e jornalismo estão atentos e, vez ou outra, investem em alguma novidade ou optam por “não mexer em time que está ganhando”.

No caso da dramaturgia, a produção de novela se mostrou dividida. Algumas apostaram em tramas que resgatavam aspectos do folhetim clássico, outras tentaram se inspirar em séries de sucesso pelo mundo. Ao mesmo tempo, a produção de séries na televisão aberta se estabeleceu com mais força em 2018. Várias, inclusive, estrearam primeiro na internet para só depois irem ao ar na tevê. O que reforça a ideia de que a preocupação com as novas formas de se consumir conteúdo está forte.

Foto: Divulgação / Globonews
Estreante “GloboNews Em Ponto” foi escolhido como o “Melhor Telejornal”

JORNALISMO

É normal pensar que um bom dia de trabalho para um jornalista é cheio de escândalos e acontecimentos gigantescos ou marcantes. Se for assim em 2018, os profissionais do meio puderam se regalar. Desde o início e, inclusive, em seus últimos dias, o ano que está para se encerrar se apresentou de forma atribulada.

Além da já esperada enxurrada de pautas sobre as eleições presidenciais e a Copa do Mundo, o jornalismo também pôde seguir se alimentando da alardeada crise financeira, a falência da segurança pública nos mais diferentes estados e o crescimento ao combate das “fake news”. A produção que conseguiu aliar credibilidade, qualidade e se manteve neutra na difícil polarização política foi destaque na eleição de “Melhores & Piores de TV Press”.

Com isso, o estreante “GloboNews Em Ponto” foi escolhido como o “Melhor Telejornal”, segundo a opinião dos assinantes de “TV Press”.

ESPORTES

Em um ano de Copa do Mundo, a editoria de Esporte sabia que não teria um trabalho intenso. Buscando inovar na cobertura do evento, os canais se esforçaram para tirar o melhor proveito dos avanços tecnológicos e reunir o melhor time de comentaristas, jornalistas e ex-atletas em sua programação.

Com a junção das áreas de esporte da Globo, do SporTV e do Globo Esporte.com, o Grupo Globo aumentou seu leque e rotatividade de profissionais entre os diferentes veículos. Muito por conta do poderio econômico e da hegemonia na transmissão de eventos, Globo e SporTV faturaram prêmios nas mais diversas categorias de melhores e piores.

Foto: Divulgação / SporTV
Comandado por André Rizek desde março, o “Seleção SporTV” ganhou uma nova dinâmica e roupagem com o jornalista

GLOBO NEWS EM PONTO

Conteúdo em cena

O recente telejornal comandado por José Roberto Burnier estreou no final de julho deste ano. A produção é sucesso ao aliar as pautas factuais com as análises sobre política, economia e assuntos internacionais.

Com a participação do estrelado time de comentaristas do canal, o “GloboNews Em Ponto” criou suas próprias estrelas para oferecer analises mais profundas e originais das principais notícias. Uma delas é Júlia Duailibi, recém-chegada à equipe do canal a cabo, oriunda do bom “Café com Jornal”, da Band. Comentarista de política ao lado da segunda nova estrela da GloboNews, o criativo Octávio Guedes, a jornalista é um dos principais destaques do telejornal. Eleito o “Melhor Telejornal”.

JORNAL NACIONAL

Falha básica

Nos últimos anos, o telejornal do horário nobre da Globo mostra que está cada vez mais parado no tempo. Mesmo com os impressionantes avanços tecnológicos em seu cenário, a produção esquece diariamente do conteúdo.

Em um ano de eleição, o “Jornal Nacional” não se sobressaiu nem durante as típicas entrevistas de tom denuncista com os candidatos à Presidência da República. Questionamentos importantes e exposição de programas de governo ficaram em um segundo plano.

Mas as conduções controversas de William Bonner e Renata Vasconcellos brilharam como nunca. O “Jornal Nacional” falha ao esquecer princípios básicos do jornalismo. “Pior Telejornal”.

“ESTÚDIO I”

Suavidade e informação

Maria Beltrão tem uma personalidade singular e a impõe nas produções em que está à frente. Atualmente no comando do “Estúdio I”, da GloboNews, a jornalista mantém a linha despojada e de credibilidade que construiu ao longo da carreira.

Unindo notícias factuais com entretenimento, a produção apresenta debates ricos em pontos de vista e sempre muito bem embasados. As discussões mediadas por Beltrão são bem complementadas por nomes consagrados como Artur Xexéo, Arthur Dapieve, Marcelo Lins, Octávio Guedes, Daniel Sousa e Flávia Oliveira. “Melhor Produção Jornalística de Variedades”.

“GLOBO REPÓRTER

Pauta eterna

Apresentado por Sérgio Chapelin, o “Globo Repórter” expressa bem o marasmo de uma sexta à noite em casa. Há 45 anos no ar, o jornalístico investe nas mesmas pautas há décadas. Os mistérios da mente e do corpo humanos, saídas para a crise eterna, vida selvagem e viagens exóticas ao redor do mundo dominam o programa de semana a semana.

Apesar da seleta escolha de repórteres, o programa não afasta a sensação de “déjà vu”. O “Globo Repórter” parece prazeroso apenas para os repórteres, cinegrafistas e produtores escalados para as pautas internacionais, que têm a chance de viajar pelo mundo sem comprometer o orçamento familiar. “Pior Produção Jornalística de Variedades”.

RENATA LO PRETE

Na medida certa

Renata Lo Prete, que assumiu o comando do “Jornal da Globo” em meio a uma crise desencadeada por um comentário racista de William Waack nos bastidores, conseguiu contornar o disse me disse da situação, conduzindo o jornalístico com charme e bom senso. Com a saída de Waack, ela assumiu não só o jornal da madrugada da Globo como o “GloboNews Painel”.

Assertiva e séria no tom certo, Renata trouxe um novo perfil para o “Jornal da Globo” e foi um positivo destaque nas entrevistas com os candidatos à Presidência da República, quando fez perguntas pertinentes sem esquecer da elegância. Foi eleita como a “Melhor Apresentadora de Telejornais”.

DUDU CAMARGO

Vergonha alheia

As excêntricas e volúveis opiniões de Silvio Santos são bem conhecidas nos corredores do SBT. Muitas vezes brincando de fazer televisão, o apresentador nunca deu muita visibilidade para o jornalismo da emissora. Por isso mesmo, não chega a ser surpreendente o espaço que Dudu Camargo, que apresenta o “Primeiro Impacto”, tenha ganhado ao longo dos anos.

Adepto de um jornalismo popular, escrachado e com tom sensacionalista, o jovem apresentador de 20 anos torna-se maior do que as notícias por seu comportamento caricato no ar ou suas brincadeiras fora de hora, como da vez que tirou a roupa durante o fim do jornal. “Pior Apresentador de Telejornal”.

SELEÇÃO SPORTV

Mais que dribles e gols

Comandado por André Rizek desde março, o “Seleção SporTV” ganhou uma nova dinâmica e roupagem com o jornalista, que substituiu Marcelo Barreto. Com uma variedade de debatedores, a produção apresenta um rico contraste de ideias, uma vez que poucas vezes os comentaristas chegam a um consenso. O programa também foge do lugar comum ao exibir boas entrevistas com nomes relevantes do mundo esportivo, como Zico, Abel Braga, Raí, Andrés Sanchez e Júlio Cesar. “Melhor Programa de Esporte”.

“CENTRAL DA COPA”

Muito show, pouco assunto

O “Central da Copa”, comandado pelo onipresente Tiago Leifert, foi uma demonstração impressionante da equipe de tecnologia e engenharia da Globo. Todo construído em led, o cenário contou com um campo virtual para reproduzir a mesa tática, demonstrando lances, jogadas e esquemas táticos. Porém, quando é o assunto é o conteúdo, o programa ficou aquém do esperado.

Exibido nas madrugadas de segunda a sábado e com mais tempo no ar, a produção apresentou mais brincadeiras e discussões vazias do que debates sobre a Copa do Mundo ou a Seleção Brasileira. No ar de quatro em quatro anos, o “Central da Copa” não valeu a espera e nem o atraso no sono. “Pior Programa de Esporte”.

ARNALDO CEZAR COELHO

Hora do adeus

Desde 1989, Arnaldo Cezar Coelho é o principal comentarista de arbitragem da Globo. Arnaldo foi o primeiro brasileiro e o primeiro árbitro não-europeu a apitar uma final de Copa do Mundo. Após quase 30 anos na emissora, o ex-árbitro anunciou sua aposentadoria ao final do Mundial da Rússia. Com comentários claros e técnicos sobre as mais minuciosas regras do futebol, Arnaldo também se destacou ao longo dos anos pelas saudáveis rusgas com Galvão Bueno no ar. “Melhor Comentarista de Futebol”.

GRAFITE

Defendendo a camisa

Aposentado desde janeiro deste ano, o ex-jogador Edinaldo Batista Libânio, mais conhecido como Grafite, ainda mostra dificuldades para separar o lado jogador do lado comentarista. Contratado do SporTV para participar do programa “Troca de Passes” durante a Copa do Mundo, Grafite por muitas vezes se mostra corporativista, com dificuldades para criticar os ex-colegas de profissão. A defesa de certos acontecimentos e comportamentos prejudicou as análises da produção. Mesmo com os comentários sectários, o ex-jogador acabou se fixando no canal a cabo. “Pior Comentarista de Futebol”.

LUÍS ROBERTO

Vibração e emoção

A Globo segue em busca de um nome para substituir seu principal narrador, Galvão Bueno, embora o seu contrato vá até 2022. E, nos últimos anos, Luís Roberto tem despontado nesta disputa com larga vantagem.

Com emoção e humor, Luís Roberto vai além de simplesmente descrever e narrar as partidas. Sagaz, o narrador sabe jogar com o público das redes sociais ao brincar com os próprios bordões e erros. Na Copa da Rússia, ganhou repercussão ao adaptar o bordão “sabe de quem?” durante o gol do jogador da seleção inglesa Harry Kane. Melhor Narração de Futebol. Seleção SporTV

ANDRÉ HENNING

Acima do tom

André Henning tem certa dificuldade para controlar suas emoções e o tom de voz ao longo de suas narrações para o Esporte Interativo. Em setembro, o canal esportivo foi desativado e suas transmissões e programas migraram para a TNT e o Spacer. Em uma nova grade com filmes e séries, a gritaria do narrador ficou mais evidente durante a cobertura dos jogos da Liga dos Campeões e da recém-criada Liga das Nações. O jornalista, que começou sua carreira no rádio, exagera na emoção e nos gritos durante jogadas frustradas e complementar o texto. “Pior Narração de Futebol”.