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  Advogada de Sumaré é presa e expulsa do Paraguai

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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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  Advogada de Sumaré é presa e expulsa do Paraguai

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ligada ao PCC

Advogada de Sumaré é presa e expulsa do Paraguai

Prisão de Marcela Antunes Fortuna ocorreu durante investigações de mega-assalto à Prosegur; ela era um dos alvos de operação contra advogados do PCC

Por João Colosalle

03 maio 2017 às 21:28

Um das principais lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital), a advogada Marcela Antunes Fortuna, de Sumaré, foi presa pela Polícia Nacional do Paraguai. Ela tinha mandado de prisão expedido na Operação Ethos, que revelou em novembro do ano passado a reorganização da facção.

Marcela, de 36 anos, foi encontrada na terça-feira vivendo em um apartamento com a família em Ciudad del Este, próximo à fronteira com Paraná. A prisão ocorreu no contexto das investigações do mega-assalto à transportadora Prosegur, na mesma cidade, no mês passado, cujo principal suspeito é o PCC.

Além dela, seu companheiro, Fernando Alves de Oliveira, de 33 anos, também foi preso. Nesta quarta-feira, eles foram expulsos do Paraguai e entregues à Polícia Federal brasileira, na Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu (PR).

Foto: Polícia Civil do Paraná / Divulgação
Marcela, de 36 anos, foi encontrada na terça-feira vivendo em um apartamento com a família em Ciudad del Este, próximo à fronteira com Paraná

O jornal ABC Color, do Paraguai, afirmou que fontes da polícia informaram que Marcela vivia no local há cerca de quatro meses e que ela seria responsável por administrar os bens da facção criminosa.
A polícia teria chegado ao nome de Marcela após uma operação na penitenciária regional de Ciudad del Este, onde foram descobertos mensagens e telefonemas que remetiam ao nome da advogada.

Ao jornal ADN Paraguayo, da fronteira, o subcomandante da Polícia Nacional, Bartolomé Báez, afirmou que Marcela vivia com “tranquilidade” no local, inclusive, usando seus documentos originais. “É muito raro que uma pessoa que é procurada por vários delitos e considerada membro importante do PCC possa operar tranquilamente”, disse.

Assalto

O PCC é suspeito de participar do assalto à transportadora de valores Prosegur, no mês passado, em Ciudad del Este. O roubo, o maior da história do Paraguai, teria rendido R$ 40 milhões aos criminosos.

A quadrilha chegou a queimar carros e caminhões para impedir a aproximação de policiais durante o crime. Até agora, 17 pessoas foram presas suspeitas de participação no assalto. Um dos suspeitos, de Campinas, morreu em troca de tiros com policiais.

Foto: Polícia Civil do Paraná / Divulgação
Marcela tinha contra si um mandado de prisão expedido na Operação Ethos, que revelou em novembro do ano passado a reorganização do PCC

Por conta de sua posição de liderança na facção, a polícia paraguaia não descarta que Marcela tenha participação no planejamento do mega-assalto.

Liderança

Marcela é apontada como líder do “departamento jurídico” do PCC. Em novembro do ano passado, a Operação Ethos, deflagrada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo, revelou que a advogada ocupa posição na hierarquia intermediária da organização, abaixo do autointitulado diretor-presidente da facção Valdeci Francisco Costa, o CI, preso em junho em uma operação na região de Campinas.

Acima deles estão apenas os principais líderes do PCC, todos presos, entre eles, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

A participação da advogada é descrita como de alta importância nas atividades da facção. Caberia a ela, segundo documentos apreendidos pelos investigadores, interagir diretamente com o diretor-presidente “levando dados e resultados do andamento operacional” do grupo.

Apelidada de R1, ela e outra advogada também figuravam nos quadros do crime organizado como responsáveis pela gestão de mais de 40 advogados que prestariam assistência a presos do PCC em forma de serviços jurídicos, a chamada “Sintonia dos Gravatas”.

Marcela faz parte da subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Sumaré. Como endereço funcional, tem declarada no cadastro de advogados a rua da casa dos pais, no Jardim Bom Retiro.
Dos 54 alvos da Operação Ethos, apenas cinco estavam foragidos até agora, entre elas, a advogada.

Em defesa prévia apresentada no processo originado após a operação, a defesa de Marcela alega que não há provas que a liguem ao PCC.