Região
Quilo do feijão já custa menos de R$ 8 na RPT
Redução, com relação a junho, chega a ser de aproximadamente 35%, época em que um quilo desta mesma variedade beirava os R$ 13
Por Mariana Ceccon
06 set 2016 às 07:39 • Última atualização 06 set 2016 às 07:45
Link da matéria: https://liberal.com.br/arquivo-de-noticias/cidades/regiao/quilo-do-feijao-ja-custa-menos-de-r-8-na-rpt-431699/
O preço do feijão carioca está mais barato e em Americana um quilo pode ser encontrado abaixo de R$ 8. A redução, com relação a junho, chega a ser de aproximadamente 35%, época em que um quilo desta mesma variedade beirava os R$ 13, graças a uma junção de fatores como clima, redução da área de cultivo e crise financeira. A economia, no entanto, ainda é baixa se compararmos com os preços do produto nos últimos anos. Em agosto de 2015, por exemplo, o pacote de um quilo do carioquinha custava aproximadamente R$ 3. Em 2014, ano em que uma supersafra derrubou os preços do feijão em todo o País, o mesmo quilo era encontrado por até R$ 2.
Para o analista de mercado da consultoria Safras e Mercados, Jonathan Pinheiro, a explicação para esta redução nos preços está justamente na entrada da terceira safra anual, sendo que a colheita teve melhor desempenho do que as duas primeiras, devido à influenciada pelo clima. “Em agosto nós tivemos um pico de produção o que pressionou os preços para baixo. Este mês sozinho foi responsável por 47% do esperado da colheita que vai de junho a outubro”, comentou o especialista. “Eu até esperava uma redução maior dos preços, no entanto tanto os compradores como os vendedores estão retraídos”, explicou Pinheiro.
A tendência é que o preço do feijão carioquinha se mantenha nesta faixa até o final do ano, de acordo com o analista. “Um novo pico de produção, grande o suficiente para pressionar novamente os preços para baixo acontecerá apenas em janeiro e fevereiro do ano que vem, os meses mais produtivos da primeira safra”, comentou Pinheiro. No entanto, o especialista acredita que um fator extra produtivo pode alterar os valores tanto para mais, como para menos, até a data. “Tivemos uma redução expressiva no consumo do feijão, então dependendo do hábito dos consumidores podemos ter novos ajustes”, finalizou.
A previsão é que até outubro o Brasil consegui colher 2,6 milhões de toneladas de feijão e encerre o ciclo anual do produto. Hoje, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) deve atualizar a meta para os dois últimos meses do ciclo, porém, pouca coisa deve mudar, de acordo com o especialista. Em 2014, o mesmo ciclo resultou em uma produção de 3,4 milhões de toneladas.
Comerciante gastou R$ 3 mil e perdeu lucro
Proprietário de um restaurante especializado em prato feito, o empresário Valdecir Jorge comemorou discretamente a redução no preço do feijão e lembrou que os valores ainda estão longe do ideal. “No começo do ano eu gastava cerca de R$ 1,3 mil para comprar o feijão, então com o aumento não teve jeito, tive de cortar direto do lucro. Não posso aumentar o valor do prato, se não o cliente reclama”, comentou o comerciante. Em junho, Jorge conta ter gastado mais de R$ 4 mil para conseguir abastecer o restaurante com os 300 kg mensais.
Na época, o LIBERAL contou a história do empresário e mostrou que a estratégia adotada foi caprichar na calabresa, para deixar o “primo”, feijão-preto, mais atrativo para os clientes. “Na verdade, o pessoal só quer saber do carioquinha mesmo”, brincou. Para ele, o ideal é que o preço do pacote volte a ficar a baixo da casa dos R$ 5.