Em um cenário de eleições polarizadas, em que o PSDB conquistou 789 prefeituras em todo o país, incluindo a capital paulista, o bom resultado não se repetiu nas cidades da RPT (Região do Polo Têxtil), onde o partido historicamente sempre foi muito forte.

Além da derrota da prefeita Cristina Carrara em Sumaré, o partido acabou diminuindo quase pela metade seu quadro de representantes nas câmaras, já que, em 2012, 19 foram eleitos pela legenda, e em 2016, o número caiu para 10. O resultado, no entanto, não foi mal recebido.

Nas eleições de 2012, três das cinco prefeituras da RPT foram conquistadas por candidatos do PSDB. O de Americana, Diego de Nadai, hoje do PTB, foi cassado, Cristina, em Sumaré, não se reelegeu, e o de Nova Odessa, Benjamin Bill Vieira de Souza, foi o único a se manter no cargo.

Foto: Editoria de arte / O Liberal

Mesmo com a diminuição no número de vereadores em 2016, o PSDB continua sendo o líder na região, mas é seguido de perto pelo PV e PDT, ambos com oito parlamentares cada. As maiores derrotas dos tucanos foram em Sumaré, onde a bancada do partido diminuiu de cinco para três vereadores, e em Santa Bárbara d’Oeste, onde apenas um dos três eleitos em 2012 se reelegeu.

Apesar de números negativos, o resultado das eleições foi considerado positivo para o presidente do PSDB de Americana, o vice-prefeito Roger Willians. Ele criticou o número de siglas e disse que grande parte delas não possui ideologia clara. “Hoje, o número de partidos é muito grande, foram 30 concorrendo, e mesmo assim o PSDB conseguiu ser líder. Com toda essa disputa de espaço, e o crescimento de outras siglas alinhadas com o governo do Estado, conseguir 10 cadeiras, foi uma expressiva votação”, afirmou.

Willians destacou que o partido irá se reunir para se fortalecer internamente. “O que faremos é fortalecimento partidário. Elegemos em Americana três que fazem parte do núcleo jovem, vamos fomentar isso nos outros diretórios”, disse o vice-prefeito.

O número de partidos com representantes eleitos na RPT foi de 15 para 20. O grande número de legendas acabou dando espaço a partidos menores, e também ao Solidariedade, que não existia em 2012, mas conseguiu eleger seis candidatos em 2016.

Na vice-liderança no número de vereadores na região, o PV foi um dos que conseguiu ter parlamentares eleitos em todas as cidades da RPT, além da reeleição inédita do prefeito barbarense, Denis Andia. Os resultados foram comemorados pelo deputado estadual Chico Sardelli, que acredita que os eleitores viram no PV uma opção diante da polarização PT-PSDB. “A população mostrou bem a vontade dela através do voto, de buscar novas lideranças. O PV tem um histórico um pouco diferente. A própria filosofia do PV é que nos diferencia dos outros partidos. Logicamente, a sociedade está antenada a tudo isso e talvez nos busque nesse momento”, disse.