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  Informais chegam a 52% do mercado de trabalho

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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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Informais chegam a 52% do mercado de trabalho

Segundo estudo realizado pela Acic, mais de 73 mil pessoas estão trabalhando sem carteira assinada em Americana; desemprego é de 11,8%

Por Marina Zanaki

13 fev 2019 às 11:14

52% da mão de obra ocupada em Americana é composta por trabalhadores informais, segundo uma estimativa da Acic (Associação Comercial e Industrial de Campinas). Das 139 mil pessoas trabalhando na cidade, 73 mil não possuem carteira assinada. O estudo aponta ainda que a taxa de desemprego na cidade estava em 11,8% em dezembro do ano passado, o que representa uma queda em relação ao mesmo mês de 2017.

O levantamento realizado pela associação a pedido do LIBERAL foi feito com base em dados do Ministério do Trabalho e do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados são referentes ao mês de dezembro.

Economista e diretor da Acia, Laerte Martins explicou que emprego informal é todo aquele em que não há carteira assinada. Isso inclui desde os profissionais que fazem “bicos” até os que são contratados pelo regime PJ (Pessoa Jurídica).

Antes do início da crise econômica, o percentual de emprego informal variava entre 37% e 39% em Americana. A partir de 2015, esse índice saltou para 43% e desde então vem crescendo ano a ano. 2017 foi a primeira vez nos últimos 10 anos em que havia mais trabalhadores informais do que com carteira assinada na cidade, e no ano passado essa diferença aumentou.

Doutor em economia aplicada e professor da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) e da Escola de Engenharia de Piracicaba, Francisco Crocomo relacionou o aumento no mercado informal à crise econômica, e disse tratar-se de uma reação natural ao desemprego.

“Muitas pessoas perderam o emprego e para poder sobreviver vão trabalhar informalmente, se virar. De qualquer forma é uma ocupação. Contudo, do ponto de vista da seguridade, a pessoa fica sem respaldo. A não ser que consiga recolher para a Previdência, mas geralmente tem mais dificuldade”, analisou o economista.

“A baixa qualificação do trabalho informal deteriora a renda do trabalhador e a produtividade das empresas, e o governo perde com a arrecadação. Toda a economia perde com isso”, alertou o professor de Economia do Unisal (Centro Universitário Salesiano) de Americana, Jaime Augusto de Campos.

O índice de desemprego observado na cidade está dentro da média nacional, segundo Martins. O IBGE apontou que 11,6% da população economicamente ativa do país está desempregada. “Esse é um índice alto, já tivemos taxas bem mais baixas em períodos anteriores. O auge foi em 2013, quando ocorreu o que chamamos de pleno emprego”, lembra.

Naquele ano, o índice de desemprego em Americana foi de 4,59%. “Dadas as circunstâncias do país, Americana apresentou em 2018 uma pequena tendência de redução do desemprego”, apontou o economista. Em dezembro de 2017, o desemprego na cidade atingiu o maior índice da década para um último mês do ano e chegou a 13,2%.