nova odessa
Gado abatido no IZ era usado em pesquisas para qualidade do leite
De acordo com o pesquisador Enilson Ribeiro, animais eram usados para garantir um leite de melhor qualidade
Por Danilo Reenlsober
24 dez 2018 às 16:33 • Última atualização 24 dez 2018 às 16:40
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As quatro novilhas abatidas e furtadas do IZ (Instituto de Zootecnia) de Nova Odessa, na madrugada do último sábado (22), faziam parte dos programas “Leite Mais” e “Leite A2”, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O objetivo dos projetos é desenvolver um leite de melhor qualidade, especialmente para os idosos que sofrem de diabetes, arteriosclerose e problemas de lesões de intestino, porém, com a morte dos animais, a pesquisa fica ameaçada.
De acordo com o pesquisador do IZ, Enilson Ribeiro, um dos responsáveis pelos programas, o prejuízo financeiro pode chegar a R$ 30 mil, mas as perdas científicas são imensuráveis. “Geneticamente falando, é muito difícil repor esses animais, e quanto menos animais, mais demorado são os resultados da pesquisa”, disse. “O prejuízo maior é perder animais que já são selecionados para um leite de melhor qualidade nutritivo. Quem acaba perdendo é a própria sociedade”.
Os quatro animais, todos da raça Girolando, foram mortos dentro do próprio instituto. O caso aconteceu numa área de pastagem, que pertence ao IZ, localizada próximo ao aeroporto de Americana. Os assaltantes quebraram as correntes e cadeados de um dos portões que dão acesso ao local, mataram as novilhas e deixaram apenas as carcaças, levando toda a carne. As novilhas, com idade de 18 meses, foram produzidas por fertilização “in vitro” (FIV).
Este não foi o primeiro caso de morte e furto de novilhas pertencentes ao instituto. Na madruga da última segunda-feira, dia 17, o IZ também registrou boletim de ocorrência de mais duas novilhas que foram mortas. “Nosso papel é fornecer novos resultados para melhorar as condições de produção do leite e esses furtos trazem enormes prejuízos ao andamento da nossa pesquisa, além de tempo perdido para o avanço dos estudos”, lamentou Ribeiro.
O “Programa Leite Mais” fomenta a cadeia de produção de leite do Estado de São Paulo, envolvendo o projeto do Leite A2 e o “Programa de Produção Animal em Sistemas Integrados” (Propasi), que abrange estudos em sistemas de produção como pastagens consorciadas, integração Lavoura pecuária, e silvipastoril, voltados à produção de leite funcional.