15 de agosto de 2019 Atualizado 09:42

  Ex-vereador de Hortolândia é condenado por ‘pedágio’

  Ex-vereador de Hortolândia é condenado por ‘pedágio’

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

  Ex-vereador de Hortolândia é condenado por ‘pedágio’

Compartilhe

assessores

Ex-vereador de Hortolândia é condenado por ‘pedágio’

Marcelo Ferrari da Silva e seu ex-chefe de gabinete, Claudinei Sérgio dos Santos, são acusados de pegar uma parte do salário em troca da nomeação

Por Walter Duarte

10 ago 2018 às 08:13 • Última atualização 10 ago 2018 às 09:34

A Justiça de Hortolândia condenou esta semana, por improbidade administrativa, o ex-vereador Marcelo Ferrari da Silva (PRP) e seu ex-chefe de gabinete, Claudinei Sérgio dos Santos. Os dois eram acusados de cobrar “pedágio” – uma parte do salário em troca da nomeação – dos assessores que trabalhavam para o parlamentar. A determinação é para que a dupla pague uma multa equivalente a três vezes “o valor efetivamente desviado” e perca os direitos políticos por dez anos. Os dois ainda podem recorrer da decisão.

Segundo a denúncia, apresentada pelo MP (Ministério Público), o ex-parlamentar e seu braço direito ficavam com até dois terços da remuneração paga pela Câmara aos funcionários do gabinete. Depoimentos prestados à Promotoria basearam a acusação.

Foto: Arquivo / O Liberal
Ex-vereador Marcelo Ferrari da Silva ficava com uma parte do salário dos seus assessores

As defesas de Silva e Santos alegaram, ao longo do processo, que a as denúncias eram parte de um esquema para cassar o seu mandato e empossar um suplente.

O juiz Leonardo Delfino, responsável pela ação, considerou os depoimentos de ex-assessores, além de documentos bancários que comprovaram o saque de 100% dos salários assim que os depósitos eram feitos como suficientes para a condenação. “Ressalto que esta atitude é deveras incomum, sobretudo em razão das elevadas quantias que percebiam, superiores a R$ 4 mil mensais”, pontuou.

O magistrado ressaltou ainda que a escolha dos assessores por Marcelo é mais um indício do desvio. “O requerido selecionava pessoas sem qualificação para o exercício do cargo, e que geralmente precisavam do dinheiro por ele oferecido, apenas para ter a certeza que delas poderia exigir parcela do seu salário sem sofrer qualquer risco de ser delatado”, concluiu.

Uma das vítimas, segundo a ação, seria analfabeta. Mesmo assim recebia R$ 4.033 líquidos por mês, quantia superior à remuneração que recebem os professores da rede municipal de ensino.

A reportagem ligou para o escritório do advogado Marcelo Valk de Souza, responsável pela defesa de Claudinei, mas não foi atendida. O ex-vereador Marcelo Ferrari também não foi localizado.