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  Líder da Igreja da Maconha tem 2ª condenação na Justiça

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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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  Líder da Igreja da Maconha tem 2ª condenação na Justiça

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Americana

Líder da Igreja da Maconha tem 2ª condenação na Justiça

Ras Geraldinho foi condenado a 12 anos e 3 meses de prisão por tráfico de drogas e associação para o tráfico; ele nega os crimes

Por George Aravanis

08 fev 2018 às 09:34

A Justiça de Americana condenou Geraldo Antonio Baptista, o Ras Geraldinho, fundador da “Igreja da Maconha”, a 12 anos e 3 meses de prisão por tráfico de drogas e associação para o tráfico. É a segunda condenação semelhante contra o homem de 58 anos, preso em 2012. Em 2013, a Justiça determinou que ele ficasse atrás das grades por 14 anos, pena que foi reduzida depois para 10 anos e 3 meses. O réu nega os crimes e diz que a droga era usada em rituais religiosos. Seu advogado no primeiro caso quer discutir no STF (Supremo Tribunal Federal).

A nova sentença, do mês passado, condena Geraldinho e mais quatro pessoas, inclusive a namorada do acusado e o filho dela. Segundo um advogado que representou Geraldinho neste processo, o réu continua na cadeia por causa da condenação de 2013. A SAP (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária) não respondeu se o fundador da 1ª Igreja Niubingui Etiope Copic de Sião do Brasil, que ficou conhecida como “Igreja da Maconha”, está preso.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Nova sentença condena Geraldinho e mais quatro pessoas, inclusive sua namorada e também o filho dela

O juiz André Carlos de Oliveira baseou a decisão do mês passado em acusações referentes a três operações policiais na chácara na Praia dos Namorados onde funcionava a sede da igreja. As batidas policiais ocorreram nos dias 30 de junho de 2010, 22 de junho de 2011 e 13 de dezembro de 2011.

Em todas ocasiões, diz a Justiça, havia pés de maconha na chácara. Segundo a Justiça, Geraldinho plantava e mantinha a droga no local, que era consumida até por adolescentes, o que resultou no agravamento da pena do líder da igreja. Em um dos casos, foram apreendidos 30 pés de maconha.

O juiz André Carlos de Oliveira entendeu que a igreja era pretexto. “(…) associaram-se de modo tal que indicaram os seus nomes para a referida Igreja, com atribuições pessoais, meramente ilustrativas (como confirmaram interrogatórios), o que daria à chácara a possibilidade de ser tomada como igreja para uso seguro de maconha”.

Ainda de acordo com a sentença, em uma das ocasiões foram apreendidos R$ 103 na chácara. Isso confirma, diz o juiz, que havia sugestões para “doação” ou “pagamento de taxas”.

Os cinco réus negaram à Justiça ter cometido crimes. Exceto Geraldinho, todos respondem em liberdade. A reportagem falou com Luís Carlos Siqueira Bueno, que representou Geraldinho. Ele diz que o réu é inocente, mas afirmou que não vai cuidar mais da defesa. A reportagem não conseguiu falar com o advogado que ficou com sua defesa.

Alexandre Khuri Miguel, que defendeu Geraldinho no primeiro processo, disse que trabalha para conseguir a anulação das penas no STF (Supremo Tribunal Federal), com base no argumento de liberdade religiosa.
Além de Geraldinho, Vinicius de Oliveira Mendes foi condenado a 12 anos e oito dias. José V. Ali Junior, Marlene Silvana Martim (companheira de Geraldinho) e Samir Gabriel Martim, filho dela, foram condenados a nove anos e quatro meses por tráfico e associação ao tráfico.

Rafael Sanches, advogado de Vinicius, disse que ainda não analisou a decisão, mas que pretende recorrer. Ana Carolina Pereira Leite, defensora de José Veraldo, disse que não foi notificada. A reportagem não conseguiu falar com Marlene e com Samir ou com suas defesas.