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  Pagar IPTU à vista nem sempre é a melhor opção

  Pagar IPTU à vista nem sempre é a melhor opção

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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  Pagar IPTU à vista nem sempre é a melhor opção

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Finanças

Pagar IPTU à vista nem sempre é a melhor opção

Segundo educador financeiro, em tempos de crise, pagar o imposto todo de uma única vez só compensa se o contribuinte já tiver uma reserva financeira

Por Guilherme Magnin

16 jan 2017 às 07:17 • Última atualização 16 jan 2017 às 07:22

Com a chegada do novo ano, o mês de janeiro é marcado também pelo início das cobranças de diversos impostos, como o IPVA (Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores) e também o IPTU (Imposto Territorial e Predial Urbano), além de outras despesas que, em tempos de crise financeira no País, podem causar diversos problemas aos contribuintes.

No entanto, com relação ao IPTU, segundo o educador financeiro Márcio Marques, diretor de uma empresa de consultoria em Campinas, optar pelo pagamento do imposto à vista, mesmo com os descontos oferecidos pelas prefeituras, ao invés de recolher o tributo de forma parcelada em até 12 vezes, nem sempre é a melhor opção.

“Essa é uma questão que vai depender de qual perfil financeiro a pessoa se enquadra. Eu sou de um perfil endividado? Sou equilibrado? Ou meu perfil é de investidor? Porque se eu estiver endividado, a resposta já está aí, eu vou ter que parcelar. Se eu sou equilibrado ou investidor, eu poderia até utilizar o desconto a meu favor e aí sim pagar à vista”, explicou Marques, alertando sobre o fato de que, se uma pessoa endividada opta pela quitação em parcela única, mesmo com abatimentos, ela pode acabar aumentando seu endividamento em outras questões, o que torna a medida desvantajosa.

Foto: Arquivo / O Liberal
Para os endividados, melhor opção é pagar o IPTU de forma parcelada, segundo especialista

“Se a pessoa já está endividada, se ela vai desprender às vezes um volume de dinheiro maior, a tendência é aumentar essa dívida ou não honrar com outros compromissos, como material escolar ou IPVA. Então, se ela já está endividada, não tem outra opção, ela vai ter que parcelar”, completou.

No entanto, caso a situação financeira da pessoa seja tranquila e o pagamento não for interferir em outros compromissos, escolher pelo desconto passa a ser válido e de grande importância dependendo do valor pago no IPTU.

“Se eu tenho uma reserva, se tenho um dinheiro guardado, eu vou utilizar esses 6% de desconto sim. É claro que, se nessa reserva, eu não tenho o total (do valor do imposto e de outras contas), eu tenho que tomar cuidado, porque eu vou focar nesses desconto e vou me esquecer de outros compromissos. Mas, para quem se planejou, com certeza pague à vista”, esclareceu.

Foto: Arquivo / O Liberal
Empréstimos podem aumentar o endividamento da pessoa ao invés de resolver a situação

Empréstimos
Sobre a possibilidade de os contribuintes recorrerem a empréstimos para quitar não somente o IPTU mas outros impostos e compromissos, o educador acredita que esta deve ser a última opção, principalmente em função dos juros praticados pelas instituições financeiras.

“Nos nossos cursos que eu ministro, eu falo que vai trocar seis por meia dúzia, porque você vai criar uma bomba relógio e ela vai explodir a qualquer momento, porque você pode ter um desconto de 6% (no caso de pagamento do IPTU à vista), mas vai estar recorrendo ao empréstimo, ao cheque especial ou ao cartão de crédito a taxas de 13 ou 14%, então você não vai estar tendo nenhum ganho, pelo contrário, vai estar se afundando ainda mais em dívidas”, ressaltou o especialista.