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  Em São Paulo, rua 25 de Março tem movimento fraco na véspera de Natal

  Em São Paulo, rua 25 de Março tem movimento fraco na véspera de Natal

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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  Em São Paulo, rua 25 de Março tem movimento fraco na véspera de Natal

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Economia

Em São Paulo, rua 25 de Março tem movimento fraco na véspera de Natal

Por Agência Estado

24 dez 2015 às 15:16

“Está tão tranquilo que dá até para desfilar pela rua com as sacolas, como se eu estivesse no shopping.” A frase da dona de casa Débora Viana, de 43 anos, resume bem o que foi a véspera de Natal na Rua 25 de Março, tradicional centro de compras em São Paulo. Com movimento fraco no comércio, os paulistanos atrasados que foram às compras nesta quinta-feira, 24, tiveram tranquilidade no centro da cidade.

Em tom pessimista com o clima econômico do País, a maioria das lojas fechou por volta das 15 horas. Na Clóvis Calçados, por exemplo, o ritmo de vendas decepcionou. “Eu esperava mais”, disse o gerente Wesley Calado, de 33 anos. “Estamos com 10% menos de vendas do que no ano passado, tanto em volume como em receita”, explicou Calado.

Na Minas de Presentes, uma vendedora que não quis se identificar comentou que “as vendas do ano passado nem se comparam com a deste ano.” Ela lamentou ainda que “a comissão de 2015 não será boa”.

Uma das principais lojas da 25 de Março, a Armarinhos Fernando decidiu levar as vendas até as 17 horas. Segundo Ondamar Ferreira, gerente-geral da empresa, o movimento em dezembro deste ano superou o de 2014. “Estamos com crescimento de 4% em relação ao mesmo período do ano passado, até o dia 23. 90% das vendas no mês são brinquedos.” Segundo Ferreira, os consumidores estão comprando menos – o tíquete médio das vendas na loja caiu 7% com relação ao ano passado.

Lembrancinha

Na 25 de Março, eram poucos os consumidores que levavam muitas sacolas para casa, reforçando a ideia de que o Natal de 2015 será mesmo de lembrancinhas. Com quatro sacolas na mão, Débora Viana diz ter gasto R$ 200. “Mas só estou levando um presente caro para casa: um helicóptero com controle remoto para o meu filho. O resto é lembrancinha mesmo”, disse a dona de casa, acompanhada da filha.

A professora Gabriele Cristina Dias, de 27 anos, foi às compras para levar alguns utensílios de cozinha para preparar a ceia e também alguns presentes para os filhos. “Vou levar só uns brinquedos mesmo, porque roupa está muito caro”, disse.

Segundo lojistas da região, um dos fatores para o movimento fraco na 25 de Março é o Brás: em ano de crise, os paulistanos parecem ter preferido comprar roupas, que não é o maior segmento de vendas da Rua 25 de Março. “Vim só atrás de uma lembrancinha aqui na 25. A maioria das compras eu fiz no Brás mesmo”, disse a aposentada Marluce Silva, de 63 anos, com sacolas cheias de camisetas e pijamas nas mãos.

Outro comportamento comum entre os frequentadores da 25 de Março foi o de reduzir o número de presentes.

O aposentado Aílton Monteiro, de 51 anos, por exemplo, comprou apenas três: um para o filho, outro para a filha e um para os vizinhos. Para ele, o clima de Natal já não é mais o mesmo. “Antigamente, a gente vinha aqui na 25 de Março e via aquela decoração bonita, tudo enfeitado”, diz. “Hoje, o Natal acabou. Ninguém mais sabe que é o nascimento de Cristo e eu estou é com medo de ser assaltado.” Apesar da preocupação de Monteiro, havia forte presença de policiais militares na região na manhã desta quinta.

Dia comum

Com o baixo movimento, houve até quem aproveitou o clima tranquilo na 25 de Março para fazer compras que nada tinham a ver com o Natal. “Vim comprar bijuterias para mim mesma”, explicou a professora de matemática Michelle Silveira, de 30 anos. “Eu sabia que ia estar vazio, porque é véspera de Natal e, por isso, nem me preocupei.”

Por outro lado, até mesmo quem poderia se beneficiar com o recuo no número de consumidores na Rua 25 de Março disse que as coisas não mudaram tanto assim.

“O movimento está bem devagar mesmo, mas não adianta: o povo suja a rua do mesmo jeito”, brincou o gari José Mendes, de 58 anos. “Com crise ou sem crise, o meu trabalho é o mesmo”.