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  Envolvidos em lista da Odebrecht se dizem ‘surpresos’

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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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  Envolvidos em lista da Odebrecht se dizem ‘surpresos’

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ODEBRECHT

Envolvidos em lista da Odebrecht se dizem ‘surpresos’

Esta é a primeira vez que a chefe do Executivo aparece na Operação Lava Jato e a segunda que envolve o nome do petista

Por Thomaz Fernandes

24 mar 2016 às 10:11 • Última atualização 24 mar 2016 às 10:13

Os dois políticos da região envolvidos na lista de supostos beneficiários da Construtora Odebrecht nas eleições de 2012 negaram qualquer envolvimento com irregularidades em doações eleitorais. A prefeita de Sumaré, Cristina Carrara (PSDB), e o candidato derrotado à eleição municipal de 2012, Francisco de Assis Pereira de Campo, o Tito (PT), se disseram surpresos ao ver seus nomes em listas da Odebrecht e negaram qualquer recurso da construtora.

“A prefeita de Sumaré, Cristina Carrara, esclarece que nenhuma empresa do grupo Odebrecht doou qualquer quantia à sua candidatura em 2012. Cristina ressalta que as prestações de contas de sua campanha são públicas, podem ser consultadas por qualquer cidadão interessado em saber a verdade dos fatos diretamente no site do TRE-SP, foram devidamente aprovadas pela Justiça Eleitoral e comprovam que nenhuma empresa do Grupo Odebrecht doou qualquer valor à campanha”, informou a nota encaminhada pela assessoria de imprensa da prefeitura.

“Não recebi nenhuma doação eleitoral desta empresa. Todas as doações recebidas pela nossa candidatura foram oficiais, estão declaradas na nossa prestação de contas e foram devidamente aprovadas pelo TRE-SP. Essa informação é totalmente infundada, improcedente e inverídica”, disse Cristina Carrara.
Tito disse por telefone que teve conhecimento do caso pela imprensa, mas não sabia que seu nome estava envolvido na lista. Horas depois, por assessoria, foi enviada uma declaração do pré-candidato. “Não tive acesso aos documentos ainda, tudo que sei é pela imprensa, reafirmo que todos os recursos que recebemos estão de acordo com a lei e devidamente declarados.”

Os documentos foram apreendidos pela Polícia Federal há cerca de um mês no endereço do Executivo do grupo, Benedicto Barbosa Junior. Esta é a primeira vez que Cristina é citada na Operação Lava Jato e a segunda que envolve o nome de Tito, sendo que ele também aparece em uma agenda de anotações de José Dirceu.

Cristina e Tito são listados em uma planilha onde é apontado repasse de, respectivamente, R$ 400 mil e R$ 300 mil, sem moeda especificada, durante as eleições de 2012. Além dos nomes de ambos e da cidade de Sumaré, a planilha ainda leva o codinome de ambos a público. Cristina é a “Coroa” e Tito é o “Presidente”. Além de terem se enfrentado na eleição de 2012, ambos são pré-candidatos ao Executivo neste ano.

Foto: Reprodução
CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR: Cristina Carrara e Tito teriam sido beneficiados com doações

A lista tem o nome de pouco mais de 200 políticos e, no caso de Tito e Cristina, não há o apontamento de como este pagamento teria sido feito, já que as empresas não constam como doadoras diretas de campanha. Nem mesmo aos diretórios municipais dos partidos houve doações da empresa. Os números não provam se houve algum pagamento e, se ele aconteceu, foi feito de maneira irregular. O documento tem colunas com os nomes, codinome, praça, total previsto, datas das semanas de agosto e setembro e os dados de total real, além da palavra “resp.”, que sugere que seja um responsável. Todo o projeto, segundo a planilha, leva o nome Volume Ocasional “Inverno-Primavera”. No mesmo bloco há candidatos a prefeituras em Guarulhos, Mogi Guaçu, São Carlos e Santo André.

No caso de Cristina, os supostos pagamentos teriam sido feitos em 1º de agosto, com uma parcela de R$ 200 mil, depois mais R$ 100 mil em 15 de agosto, e por último R$ 100 mil pagos em 12 de setembro.

Ao lado do nome de Tito, os valores contam em 8 de agosto, 15 de agosto e 12 de setembro, totalizando os R$ 300 mil. Ao lado do nome da prefeita há a palavra Plena e ao lado do petista está escrito esgoto. A dupla é citada em duas planilhas idênticas, mas uma delas tem anotações em vermelho no trecho de Tito.

Em 2014, a Odebrecht Ambiental assumiu a gestão do sistema de água e esgoto de Sumaré como concessionária. A empresa tem um contrato com o Executivo e explora os direitos sobre a gestão da água e esgoto.